País investe 20,4% do PIB no primeiro trimestre

O investimento do País atingiu 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, a maior taxa no período desde 2001 (20,6%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve crescimento de 9% ante igual período do ano passado. Em todo o ano de 2005, a taxa ficou em 19,9%

O aumento dos investimentos puxou a expansão – divulgada em maio – de 3,4% do PIB, para R$ 478,9 bilhões no trimestre. Para a técnica do IBGE Maria Laura Muanis, o ano eleitoral, programas como o de recuperação das estradas e a queda dos juros estão entre as razões do avanço dos investimentos

Em relação ao último trimestre de 2005, o PIB cresceu 1,4%, em termos reais (sem inflação). Para o segundo trimestre, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê crescimento menor – de 1,2% ante o primeiro trimestre – e expansão do PIB de 3,8% no ano. O desempenho no primeiro trimestre fez o Ipea elevar a projeção de avanço dos investimentos, de 5,8% para 7,8%, fechando o ano em 20,5% do PIB

Na avaliação de Sérgio Valle, economista da MB Associados, é preciso cautela na análise do investimento. "Mesmo sendo essa taxa relativamente boa, não é suficiente para crescer a taxas mais elevadas", disse

Valle lembra que o crescimento da construção reflete mais projetos residenciais que fábricas ou obras de infra-estrutura. Para o PIB crescer acima de 4%, o País precisaria de uma taxa de investimento "de pelo menos 25% do PIB", afirma

"Para uma taxa de investimento mais ambiciosa, é preciso fazer uma reforma fiscal efetiva e controlar os gastos correntes. Aí será possível aumentar o investimento público em infra-estrutura. Sem isso, não há como aumentar a competitividade e reduzir custos, além de juros mais baixos", argumenta Valle

O investimento totalizou R$ 97,7 bilhões no primeiro trimestre, R$ 10,2 bilhões acima do mesmo período de 2005. As demais parcelas do PIB, pela ótica da demanda, foram as seguintes: consumo das famílias, R$ 277,8 bilhões; consumo do governo, R$ 84,6 bilhões; exportações de bens e serviços, R$ 74,8 bilhões; importação de bens e serviços, R$ 58,8 bilhões

Por setores, a indústria girou R$ 168,6 bilhões; a agropecuária, R$ 34,7 bilhões; e serviços, R$ 248,3 bilhões. Do total do PIB, R$ 54,2 bilhões foram impostos

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