Pacote cambial deve elevar concentração de exportações

A redução de custos de exportação, principal reflexo do pacote cambial anunciado esta semana, vai beneficiar quase com exclusividade as grandes empresas. E em especial as que são, ao mesmo tempo, exportadoras e importadoras; ou as multinacionais, estrangeiras ou brasileiras, com investimentos no exterior.

Essas poderão se beneficiar mantendo parte da receita de suas exportações no exterior para pagamento de obrigações ou para custear empreendimentos em outros países. As pequenas e médias precisam internalizar os recursos para bancar investimentos e capital de giro. A exceção são as pequenas que também importam e podem ter alguma vantagem. A dedução é que o pacote deve elevar a concentração nas exportações.

De janeiro a junho, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, as 40 principais exportadoras concentraram 42% das vendas ao exterior. Foram US$ 25,718 bilhões. Caso a medida estivesse em vigor no primeiro semestre e todas elas tivessem usado o benefício de não internalizar 30% da receita, US$ 7,715 bilhões teriam ficado fora do País.

Se o desempenho exportador dessas empresas se mantivesse no segundo semestre, essa conta subiria para US$ 15,4 bilhões no ano. É um valor bem próximo do montante de dólares que, segundo o governo, deixaria de ingressar no País (US$ 20 bilhões). Para uma parcela mínima do total de cerca de 17 mil empresas exportadoras.

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