PAC da educação

Orador acostumado ao improviso, não raro pontilhado de metáforas futebolísticas ou afirmações não necessariamente sancionadas pelo protocolo, o presidente Lula procurou se ater ao discurso redigido para o lançamento do Programa de Desenvolvimento da Educação (PED), já batizado de PAC do ensino.

Como em outros momentos de empolgação, o presidente não deixou por menos e verberou estar vendo o começo de um novo século para a educação no Brasil, no qual despontará, como em nenhum outro tempo, o mérito da elite da competência e do saber.

Não esqueceram de incluir no discurso, o que deve ter sido do agrado do presidente, uma referência aos privilégios herdados do berço e do sobrenome, mesmo sob o risco de resvalar em discutível ressaibo aos bem-nascidos.

O ágape se completou com o compromisso assumido pelo governo de que todos os docentes da rede pública vão receber, até 2010, não menos de R$ 850 mensais, graças aos repasses financeiros do Fundeb às prefeituras municipais. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, serão R$ 5 bilhões até o final da gestão atual.

Cerca de 40% dos professores atuantes no ensino básico e fundamental recebem salário inferior ao piso que o governo promete implantar nos próximos três anos. Uma das razões explícitas da exígua qualidade do ensino brasileiro.

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