Otimismo na indústria

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) continua emitindo sinais positivos em relação ao comportamento do setor nos próximos meses. O balanço dos primeiros seis meses do ano, por exemplo, permite à instituição afirmar que em 2006 haverá apreciável crescimento da produção. A causa do otimismo foi o aumento de 0,69% – que a alguns pode parecer ínfimo – nas horas trabalhadas na produção durante o mês de abril em comparação com o resultado aferido em março.

Segundo a pesquisa mensal, a CNI também identificou na redução dos estoques em curso desde dezembro de 2005 até o final do primeiro trimestre deste ano, uma evidente abertura de espaço para a continuidade do crescimento da produção de manufaturados no País. A queda das taxas de juros e a demanda ainda elevada do mercado externo, apesar da valorização do real frente ao dólar norte-americano, integram o conjunto de fatores que faz o departamento de análise de tendências da CNI pensar em resultados promissores ao longo do segundo semestre.

Uma tendência que se arraiga na formulação dos analistas – o aumento da renda das famílias – significará um reforço da perspectiva de expansão da produção das indústrias.

Nem a queda de 1,35% nas vendas do setor em abril com relação ao mês de março diminuiu o entusiasmo dos técnicos da CNI com o desempenho estimado, tendo em vista a alta real de 2,34% das vendas no primeiro quadrimestre do ano, comparando-se com a média verificada nos últimos quatro meses de 2005.

A retração das vendas e o avanço raquítico das horas trabalhadas na indústria em abril, um mês atípico segundo o levantamento da entidade maior do setor, teve sua causa fundamental na seqüência de feriados prolongados e finais de semana, reduzindo o período de atividades a 18 dias. No plano geral, não se descartou também a pressão negativa exercida pelo câmbio sobre a parcela do faturamento obtida em dólares, ao ser a mesma convertida para a moeda nacional.

O governo, por sua vez, garantiu por intermédio do ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que no máximo em duas semanas anunciará as medidas de estímulo ao setor de exportações com a revigoração do real à vista da turbulência do câmbio nas últimas semanas, problema crucial para empresas com dívidas acumuladas e baixa remuneração auferida nas vendas para o mercado externo.

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