Curitibano nascido em 12 de dezembro de 1933, desde criança Osni revela seu talento para a área das comunicações. O “cineminha” em casa, criado com papel amanteigado, fazia sucesso entre a garotada da vizinhança, dando vasão às suas tendências artísticas e prodigiosa criatividade.
Osni Bermudes iniciou sua carreira ainda jovem, em 1947, na Rádio Marumby, onde permaneceu por 17 anos. Em 1960, passou a atuar no Canal 6, rede Diários Associados. Ali, entre tantos sucessos, dirigiu um programa que alcançou popularidade. Em cena, Ary Fontoura, Lala Schineider, Odelair Rodrigues entre outros artistas, interpretavam ? ao vivo ? um drama do cotidiano, sendo que o destino do personagem era decidido por um corpo de jurados. O cenógrafo dos programas era Juarez Machado, hoje consagrado pintor.
Mais tarde, Osni exerceu funções no canal 12, cujos estúdios eram na Emiliano Perneta. Grandes nomes da televisão brasileira atuaram com Osni Bermudes. Roberto Carlos, Agnaldo Rayol, Luiz Vieira, apresentavam-se diante das câmeras comandadas por Osni. Jô Soares, ainda garotão, apresentava um programa semanal no canal 12. Osni também atuou no canal 4, tendo sido inclusive um dos seus fundadores. Ali foi o responsável pela primeira transmissão Via Embratel.
Foi ainda assessor de comunicação da Telepar. Mas o trabalho que realmente o consagrou, na história da comunicação no Paraná, foi a criação das “traquitanas”, tendo como ferramenta a criatividade e o amor à profissão. Isso ocorreu nos velhos tempos da televisão em Curitiba, ao vivo e em preto e branco.
As “traquitanas” surgiu da necessidade de tornar os longos intervalos comerciais menos monótonos. Osni transformava qualquer objeto ou sucata em maquetes perfeitas e bonecos animados. Sua criatividade e habilidade não tinham limites. Numa oficina nos fundos de sua casa, nas horas de folga, surgiram as “traquitanas”, com bonecos em movimento acionados por complicadas engrenagens. Fatos e datas importantes eram utilizados: Dia do Professor, Dia do Bombeiro, Natal, Carnaval, Páscoa entre outros.
Por esse trabalho, recebeu várias homenagens, mesmo após seu falecimento ocorrido em 12 de dezembro de 2001.
Hoje, o Museu Paranaense faz um reconhecimento desse trabalho a Osni Bermudes na “Sala Personagens Paranaenses” um dos pioneiros da comunicação no Paraná, a quem se faltava tecnologia, sobrava criatividade e talento.