Ordem do PCC era matar 6 agentes, diz advogada

A ordem era matar cinco agentes penitenciários em Presidente Venceslau e um em Presidente Bernardes. A cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) queria espalhar o pânico entre os funcionários responsáveis pela guarda dos líderes da facção – que estão na Penitenciária 2 (P2) de Venceslau e no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Bernardes. A revelação foi feita por Valéria Dommous, um dos três advogados presos anteontem no oeste do Estado sob a suspeita de participar do PCC

O ataque devia incluir o assassinato de um agente específico. Tratava-se de um funcionário da P2 de Venceslau que desafiou um chefe do PCC, afirmando: "Se você é homem, me mata lá fora". Valéria contou que foi o preso conhecido como Moringa que lhe passou a ordem, mas ela negou que a tivesse retransmitido. Admitiu, no entanto, ter servido de pombo-correio para a cúpula da facção em outras ocasiões. Afirmou ainda que recebeu R$ 20 mil por seus serviços como advogada e afirmou que manteve contatos com Marcos Camacho, o Marcola, líder máximo da organização criminosa

A outra advogada presa, Libânia Catarina Fernandes Costa, também confessou ter repassado salves (como são chamadas as ordens) da cúpula da facção para os escalões inferiores. Um dos salves lhe foi passado por um preso chamado Fábio, da P2 de Venceslau, no dia 14 de junho. A ordem era para que os detentos das penitenciárias de Mirandópolis 1, Araraquara e Itirapina 2 se amotinassem e destruíssem os presídios

De fato, os detentos dessas três unidades cumpriram a determinação no dia 16 e só não conseguiram quebrar tudo porque a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu as prisões e acabou com as revoltas, libertando 19 reféns. Libânia foi presa quando foi visitar o segundo homem na hierarquia do PCC, Julio Cesar Guedes de Moraes, o Julinho Carambola. As duas advogadas mantinham muitos contatos com Orlando Mota Júnior, o Macarrão, que exerce no PCC a função de torre-geral, coordenando os presídios

O terceiro advogado preso, Eduardo Diamante, foi o único que não admitiu ligação com o crime organizado. Os advogados foram detidos em Presidente Prudente e em Presidente Venceslau sob a suspeita de formação de quadrilha

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