ONU pede que Coréia do Norte não faça teste nuclear

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira (6), por unanimidade, uma declaração pedindo que a Coréia do Norte não realize um teste nuclear. O texto, que não prevê sanções, expressa "profunda preocupação" com o anúncio do teste, feito na terça-feira pelo governo norte-coreano.

A data do teste não foi informada pela Coréia do Norte, e a comunidade internacional especula sobre o cronograma. Segundo um analista do governo chinês, citado pelo jornal The Times, ele pode ocorrer já no domingo – aniversário da indicação do ditador Kim Jong-il para o posto de secretário-geral do Partido dos Trabalhadores Coreanos, em 1997. A bomba seria detonada em uma mina de carvão abandonada, perto da fronteira com a China, em um local não especificado. Kim teria dado ordens para que "não se estremeça excessivamente" o Monte Paektu, localizado na fronteira entre os dois países e considerado sagrado por muitos norte-coreanos.

Os Estados Unidos voltaram nesta sexta-feira a ameaçar Pyongyang sobre as conseqüências do teste. O embaixador americano na ONU, John Bolton, disse que "a Coréia do Norte deve entender quão forte os EUA e outros membros do Conselho entendem que eles não devem testar esse dispositivo nuclear". Bolton não especificou quais seriam as retaliações, caso a Coréia realize o teste. O governo norte-coreano alega precisar fazer esse experimento por causa das "ameaças de guerra nuclear e sanções" dos americanos.

Para discutir formas de impedir o teste norte-coreano, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, viaja para Pequim no domingo e, na segunda, segue para a Coréia do Sul. O texto aprovado nesta sexta-feira também pede que os norte-coreanos voltem para a mesa de negociações para discutir seu programa nuclear. Em setembro de 2005, o país desistiu de um acordo que previa o fim de suas atividades nucleares. Como punição, os EUA impuseram sanções econômicas ao país. Em julho, a Coréia do Norte realizou testes com mísseis, rompendo uma moratória auto-imposta em 1999. A comunidade internacional protestou e mais sanções foram aprovadas nas Nações Unidas.

Voltar ao topo