ONGs ampliam projetos de combate ao turismo sexual

Cerca de 90 empresas que atuam no ramo do turismo na cidade de Natal (RN) pautam suas atividades de acordo com o Código de Conduta do Turismo Contra a Exploração Sexual Infanto-Juvenil. O documento, que é pioneiro no país, foi criado em 2002, através de uma parceria entre a Casa Renascer ? uma organização não governamental (ONG) que atende crianças em situação de risco ?, o Banco do Nordeste e a Universidade Potiguar.

Natal, Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife são exemplos de cidades que fazem parte da rota de turismo sexual no Brasil. Segundo Jurema Dantas, uma das responsáveis pela criação do Código, a cidade de Natal recebe a cada semana 14 vôos fretados, que trazem na maior parte dos casos homens solteiros em busca da exploração sexual de crianças e adolescentes.

Preocupada com essa situação, a Casa Renascer decidiu ampliar os seus projetos voltados ao combate das práticas de exploração sexual e criou, também em 2002, a ONG Resposta – Responsabilidade Social Posta em Prática, para coordenar a implantação e a utilização do Código.

Segundo Jurema, que também é vice-presidente da Resposta, "as empresas que adotam o Código assumem o compromisso de não permitir dentro de seus estabelecimentos esse tipo de prática". Ela explica que os hotéis, por exemplo, proíbem que os hóspedes cheguem sozinhos e levem meninas da região para seus quartos. Os funcionários são treinados para identificar a situação de exploração sexual e agir de forma a impedir que ela de fato ocorra. "O código é um grande mutirão para prevenir essas práticas", acrescentou.

Jurema afirma, ainda, que a ONG Resposta desenvolve projetos de conscientização junto a universitários do curso de Turismo, para garantir a sensibilização dos futuros operadores de turismo local. "Trata-se de um grande mutirão para combater e prevenir a exploração sexual de crianças e adolescentes. Essa prática só vai ser eliminada quando houver conscientização por parte de toda a sociedade", disse Jurema.

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