OIT estima 2,5 milhões de pessoas traficadas para exploração sexual

Brasília – A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cerca de 2,4 milhões de pessoas foram traficadas para serem submetidas a trabalho forçado. A OIT calcula que 43% dessas vítimas sejam subjugadas para exploração sexual e 32% para trabalhos forçados ? enquanto 25% submetidas a uma combinação dessas duas formas. No Brasil, o tráfico para fins sexuais é, predominante, de mulheres e adolescentes, afrodescendentes, com idade entre 15 e 25 anos.

Os dados são do livro Tráfico de Pessoas para fins de Exploração Sexual, coordenado pela OIT e editado pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres. Em formato de manual, o trabalho será lançado hoje (13) durante o 7º Fórum de Organismos Governamentais de Políticas para Mulheres. Destina-se a profissionais que atuam no combate ao tráfico e traz informações importantes sobre a forma de agir dos traficantes, estimativas do número global de vítimas, métodos mais adequados para lidar com elas, além de endereços e telefones de organizações, embaixadas e consulados brasileiros nos principais locais onde os traficantes agem.

Segundo a ministra da Secretária Especial para Mulheres, Nilcéa Freire, o lançamento do manual foi precedido por oficinas para capacitação de pessoal. "A publicação desse manual servirá para que possamos seguir não só na repressão ao tráfico de pessoas, que é crime, mas também, na prevenção a esse tipo de atividade".

De acordo com a ministra, o Brasil tem algumas cidades importantes para essa prevenção, por abrigarem grandes aeroportos de saída, como Rio de Janeiro e São Paulo. Do ponto de vista do aliciamento, assinala, os estados com maior problema são Goiás e Ceará.

Nilcéa Freire apontou áreas onde as mulheres estão obtendo avanços e as que ainda apresentam problemas. "Como se pode verificar na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2004, publicada recentemente, as mulheres são mais escolarizadas do que os homens. Ainda assim, observa, nada muda no mercado de trabalho, "onde elas continuam ocupando os postos de trabalho mais precários e percebendo menores salarios".

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