Ofensa gratuita

A insolente figura de linguagem usada pela ministra do Turismo, Marta Suplicy, na tentativa boçal de suavizar o problema dos atrasos nos aeroportos, no qual o governo exibe a fisionomia de sua incompetência, passou a integrar a galeria de absurdos paridos por figurantes do Planalto.

Afirmar que usuários de empresas aéreas privados do direito de exigir o mínimo cumprimento das obrigações de quem lhes vendeu passagens e, por extensão, do governo, mesmo na entrega escorreita dos serviços de sua responsabilidade funcional, devem ?relaxar e gozar?, além do caviloso gosto pelo linguajar de botequins, é descer ao rés-do-chão para tratar uma parte da sociedade.

Mesmo que a ministra, aliás, figura polêmica e não raro confusa em muitas de suas manifestações públicas, tenha procurado sanar a memorável gafe com um imediato pedido de desculpas, tanto a função ministerial como o governo a que serve ficarão marcados pela falta de pudor e urbanidade de um servidor de primeiro escalão.

Em qualquer país civilizado, ao invés do pedido de desculpas pela agressão verbal, o autor do descalabro teria apresentado o pedido de exoneração. Ou melhor, seria exonerado no ato.

O curioso é que a declaração da ministra foi feita logo após o lançamento oficial do Plano Nacional do Turismo, um projeto do governo Lula para estimular os brasileiros de menor poder aquisitivo a viajar mais. Com o prudente conselho de Marta será uma festa.

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