Obras de expoentes da arquitetura no MON

São obras do próprio Oscar Niemeyer, Tomie Ohtake e Franz Weissmann, reunidas na mostra A Poética da Forma, desde o dia 24 de agosto em Curitiba.

Algumas obras de Tomie Ohtake e Niemeyer foram especialmente concebidas para esta exposição, que poderá ser visitada em Curitiba até 21 de novembro, no anexo do museu (o chamado “Olho”). “A mostra, em grande parte concebida pelo próprio Niemeyer, foi especialmente pensada para o Olho. Penso que o Olho, que em si é uma obra escultural, já um ícone visual de Curitiba, deve ser o espaço da consagração da forma”, define o curador Marcus de Lontra Costa.

De Niemeyer, há três esculturas inéditas, 14 fotografias de grandes obras e um desenho ampliado para o painel de 25 metros. As fotos mostram obras que vão desde a Pampulha, em Belo Horizonte, que marca o início da carreira de Niemeyer, até os projetos mais recentes ainda em construção, como o auditório do parque Ibirapuera (SP), que irá completar o conjunto original dos anos 50. Outro belo exemplo é o Caminho de Niemeyer, conjunto de obras assinadas pelo arquiteto que está sendo construído pela Prefeitura de Niterói (RJ). Inseridos em uma grande praça às margens da Baía de Guanabara, estão a Fundação Oscar Niemeyer, o Teatro Popular, as Catedrais Batista e Católica, o Memorial Roberto Silveira e a Nova Estação das Barcas.

As 14 pinturas de Tomie que integram a mostra, permitem ao espectador fazer uma leitura de toda a carreira da artista. Entre as obras há trabalhos, óleo e acrílico sobre telas, datados de 1956 até 2004 (o de 2004 feito especialmente para essa exposição). A escultura assinada por ela, com mais de 10 metros de comprimento, está pendurada ao teto do olho.

Dez esculturas de Weissmann completam o cenário escultural. Apontado pelos críticos como o maior escultor dos últimos tempos, Weissmann apresenta sua Flor Mineral, uma de suas mais belas obras, entre outras peças que mostram a visão estética do artista.

A mostra inédita é uma realização do Museu Oscar Niemeyer em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, que assina a organização da exposição. A mostra é um projeto aprovado pelo Ministério da Cultura e com patrocínio da Copel.

A Mostra e os artistas

A Poética da Forma

“A mostra A Poética da Forma exibe toda a poesia e o lirismo das obras esculturais de Oscar Niemeyer, Tomie Ohtake e Franz Weissmann. Três artistas fundamentais para a compreensão do movimento modernista na produção da arquitetura e da arte brasileira do século XX. Embora autores de obras facilmente distinguíveis entre si, de traços, formas e culturas peculiares a cada um, colocadas lado-a-lado parecem riscar no espaço um balé de paralelos, onde em algum ponto se tangem, onde em algum ponto contrariam a matemática e a física.

Mas, antes de marcarem a produção do último século, eles acreditaram na próprias habilidades e, principalmente, nas próprias intuições artísticas. Já disse uma vez o grande Niemeyer, “sigo na arquitetura a minha intuição. Faço o que gosto, e não o que os outros gostariam que eu fizesse…”.

Antes ainda, ousaram romper com estética formal para construir liberdades plásticas inexistentes. Foi o que fez Niemeyer ao usar, criativamente, as soluções inovadoras do concreto armado, dando-lhe novos contornos.

Exemplar marcante desta arquitetura é o monumental anexo do museu Oscar Niemeyer (MON), o Olho, que abriga a significativa exposição. É a mesma ousadia que diferencia as obras de Tomie, parceira de Niemeyer em alguns projetos.

Como características só encontradas nas pinturas da artista, a cor, a forma e a matéria se integram harmoniosamente. Em sua produção mais recente, Tomie Ohtake ao retomar algumas experiências com a tridimencionalidade, ela passa a produzir esculturas que parecem desafiar a gravidade. Até o aço e o ferro se curvam aos traços de Tomie, para quem não há linhas impossíveis.

Nas esculturas de Weissmann, é a geometria matemática que pontua a busca da forma ideal. Sem esboços gráficos, em ensaios sucessivos, ele repete incansavelmente, em materiais diversos, o exercício de cortar, dobrar, separar, juntar e torcer. Escolhido o material definitivo, o espaço escultório é transformado por cheios e vazios repletos de significados. Afinal, Weissmann busca o essencial em suas obras e guarda nelas cada gesto, cada sentido do ato do criador.

Nesses gestos de pura arte, em constante mutação, encontramos o sentido do lirismo. Lírico porque nas obras de Niemeyer, Tomie e Weissmann, como os poetas, eles “cantam” as próprias emoções, as próprias intuições artísticas”.

Marcus de Lontra Costa

Curador da Mostra, A Poética da Forma

Serviço:

Museu Oscar Niemeyer: Rua Marechal Hermes,999.

Centro Cívico.- CEP 80530-230 – Curitiba – Paraná

Telefone: (41) 350-4400

Horário de terça a Domingo, das 10h às 20h

Preços: R$4,00 adultos e R$2,00 estudantes identificados.

(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental que agendarem antes, não pagam)

Agendamento prévio para escolas pelo e-mail: agendamento@mon.org.br ou pelo telefone (41) 350-4418, das 10h às 18h.

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