O petróleo é nosso

A partir de 2010 o mercado mundial de petróleo começará a se ressentir de sérios problemas de instabilidade decorrentes da queda a níveis bastante baixos dos índices de produção excedente e de demanda elevada nos países de economia emergente. A previsão é da meticulosa Agência Internacional de Energia (AIE), em relatório de divulgação recente na Europa.

Na verdade, o panorama ganhou matizes acentuados ao longo dos últimos anos, quando os preços internacionais do produto quebraram todos os recordes possíveis num mercado de extrema importância para o desenvolvimento. Analistas sustentam que até 2012 persistirá o risco da elevação dos preços, com sérios complicadores para as economias dependentes.

Segundo a AIE, os filiados à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) conservam a prerrogativa estratégica de optar pela redução da capacidade de produção excedente, normalmente utilizada quando se torna necessário proteger quaisquer dos países associados.

Nos próximos dois anos, a instituição calcula a diminuição de até dois milhões de barris por dia na produção de petróleo, aumentando em 200 mil barris diários a previsão para 2012, ao passo que a demanda continuará em elevação nos países não membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na qual se congregam os países ricos do planeta.

A alta no consumo mundial de petróleo foi estimada pela AIE em 2,2% ao ano (dois milhões de barris diários), batendo em 95,8 milhões de barris diários nos próximos cinco anos.

Para o Brasil a notícia é bastante animadora, tendo em vista que o País poderá assumir a liderança de produção de petróleo na América do Sul, caso a Venezuela mantenha inalterado o nível de sua produção. No final do ano a produção brasileira será de 2,36 milhões de barris/dia, chegando a 2012 com 3,3 milhões de barris, agregada a produção de 528 mil barris/dia de etanol, prevista para o referido horizonte de tempo.

Dentre os países não filiados à Opep, temos condição privilegiada na produção de petróleo, destacando-se a Bacia de Campos como nossa maior fonte do chamado ouro negro.

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