Número de artigos científicos brasileiros cresce 19%

O número de artigos científicos publicados por brasileiros cresceu 19% entre 2004 e 2005: passou de 13.313 para 15.777. Contudo, não foi suficiente para tirar o País da 17ª posição mundial

A explicação é clara: todos cresceram com o Brasil; alguns menos como Rússia (5%), outros mais, como a China (29%) e a Índia (21%)

A conta foi apresentada ontem sem alarde pelo presidente da Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Ensino Superior (Capes), Jorge Guimarães, em Florianópolis (SC), durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Não à toa: apesar de o número de artigos ser relativamente alto, ele não tem o reflexo esperado na geração de riquezas

Isso porque produção científica não se converte em produtos e serviços. "Quanto a patentes, a posição brasileira é vexatória", diz Guimarães. Além disso, o maior número de depósitos de patentes vem das universidades – a Unicamp, em São Paulo, é a instituição com mais pedidos no País, tendo ultrapassado recentemente a Petrobrás

Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), o crescimento numérico deve-se à rigidez que a Capes aplicou na avaliação dos cursos de mestrado e doutorado em Medicina, que nos últimos anos ultrapassou a Física em quantidade de artigos publicados. "Sem cobrança e sem avaliação, a tese ficava na prateleira.

Também entra na conta, diz ele, o investimento constante na educação superior nos últimos 40 anos. Contudo, é insuficiente para colocar o País em uma posição agressiva na competição pelo mercado global de pesquisa e desenvolvimento, ou para dar projeção de peso à ciência nacional

No Brasil, há quatro pessoas que completaram o doutorado para cada 100 mil habitantes. Na Coréia do Sul (o 14º país que mais publicou artigos científicos em 2005 e uma das nações em desenvolvimento que melhor geram produtos a partir da pesquisa), a relação é de 30 doutores. "Não vamos ganhar o Nobel", diz Guimarães. "Não temos liderança científica. Nos EUA, uma equipe conta com 10, 12 pessoas com pós-doutorado. Esta não é nossa filosofia.

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