Novo PIB pode mudar os diagnósticos da economia

Os novos número do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro podem mudar não só as séries históricas e as projeções de crescimento, mas também os diagnósticos mais profundos sobre a economia nacional. A revisão pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) das contas nacionais mostra que o crescimento potencial da economia brasileira pode ser razoavelmente maior do que se supunha.

Isto reduz a força da visão comum entre os economistas conservadores de que o Brasil está preso numa armadilha de crescimento baixo, por causa da falta de reformas estruturais como a da Previdência.

"Os problemas estruturais continuam aí, mas aparentemente a realidade está melhor do que achávamos, e há espaço para um crescimento sustentado um pouco maior", diz Fábio Giambiagi, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um dos mais ardorosos defensores de mudanças estruturais.

Aloísio Araújo, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio) e do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), acha que os novos números do IBGE reforçam sua crítica – manifestada em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo em fevereiro – ao "determinismo do baixo crescimento". Para ele, as reformas dos últimos anos (como a Lei de Falências) podem levar a economia a um ritmo de crescimento superior ao estimado pela maior parte dos economistas. Sem bancar uma projeção específica, Aloísio não descartou nem mesmo o ritmo de 5% defendido pelo presidente Lula.

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