Nós advogados e a Previdência: você já pensou nisso?

A grande maioria de nós advogados direciona seu empenho na prospecção de prevenir ou contornar os problemas dos clientes, afinal este é o dia-a-dia e a ferramenta de trabalho da nossa profissão. Porém, os advogados esquecem que, quando estiverem tratando de seu próprio futuro, ou seja, da fase de vida onde irão usufruir do tão sonhado descanso, é imprescindível a necessidade de focarem na garantia de uma fonte de renda que não implique em trabalho.

Nesse caso, com certeza, boa parcela dos profissionais liberais, deixam para depois o que deveriam dar atenção desde o início da carreira, que é pensar na Previdência, independentemente de ser pública ou privada. Deve-se cuidadosamente prospectar cada passo, cada decisão, pois as escolhas que fizerem mudarão o resultado futuro.

O Brasil e o Mundo vivem, atualmente, o que se pode chamar de ?Crise dos Sistemas Previdenciários?. No Brasil, principalmente, ainda paira, de forma acentuada, o descrédito em qualquer espécie de plano previdenciário, tanto no âmbito público como também no privado.

Propostas de contratação de planos previdenciários privados abertos e aplicações a longo prazo são enviadas diariamente para nossas residências e escritórios. E é neste momento que nós, operadores do direito, pensamos, nem que seja de forma rápida e superficial, que devemos optar por algo no que tange à nossa aposentadoria. No entanto, as regras e propostas contidas nos ?folders? não são claras, fato este que aliamos a falta de credibilidade de que o investimento será a longo prazo e que um investimento deste tipo em nosso país é considerado de alto risco.

A grande verdade é que, de uma forma ou de outra, torna-se imprescindível que se opte por algum plano de aposentadoria, pois a escolha de hoje será o rumo e o marco de um futuro tranqüilo. Quando se está com 30 ou 35 anos o futuro parece longínquo, distante. Mas na realidade não é. Portanto, deve-se pensar hoje o que se espera do futuro como forma de planejar estrategicamente a tão sonhada aposentadoria. Para isso, sugiro algumas dicas práticas:

Faça uma projeção de valores que considere hoje necessários para a manutenção de seu padrão de vida;

Selecione empresas que apresentem regras claras e sólidas;

Analise os percentuais das taxas de Administração cobradas;

Verifique de forma individualizada os benefícios que o Plano oferece, como por exemplo, auxílio acidente, auxílio doença, pensão por morte;

Analise os percentuais a serem pagos em caso de falecimento do titular, pois sua família deve estar amparada;

Analise a possibilidade de investimento em mais de um fundo, através de uma divisão de contribuições para fundos diversos e Cuidado com os Planos que ofereçam taxas de juros muito superiores aos demais.

Enfim, cuidar do planejamento de nosso futuro pessoal é mais que uma simples necessidade. É uma obrigação de todos nós.

Flavia Guaraldi Irion é advogada, graduada pela Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. É especialista em Direito Previdenciário pelas Faculdades Integradas Curitiba. É membro fundadora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário.

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