Negociação termina com rebelião em cadeia de Foz do Iguaçu

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná, através das polícias Civil e Militar, pôs fim, na manhã desta quarta-feira (20), à rebelião que acontecia na cadeia pública Laudemir Neves desde as 11h de terça-feira (19). Aproximadamente 110 policiais civis e militares, além do Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especiais) e outros policiais especialistas em negociação e em gerenciamento de crise participaram da ação de proteção e retomada do controle da cadeia.

Os cerca de 30 presos que estavam rebelados nas alas B e F se entregaram por volta das 8h desta quarta-feira (20), libertando o agente de carceragem que era mantido refém. A polícia já instaurou inquérito para descobrir como uma pistola 9 milímetros e um revólver calibre 38 foram parar nas mãos dos amotinados. O inquérito que apura a morte do agente de carceragem Alcindo Jacinto Desidério, 31 anos, também já foi instaurado.

?A rebelião começou, porque os presos queriam fugir pela porta da frente da cadeia e foram contidos por uma ação rápida e enérgica da polícia. Infelizmente, perdemos um agente de carceragem mas vamos apurar e punir o responsável pelos tiros?, disse o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. O delegado-chefe da Divisão de Polícia do Interior, Luiz Alberto Cartaxo Moura, e o comandante do Comando de Policiamento do Interior, tenente-coronel Celso José Melo, coordenaram pessoalmente as negociações.

Além do agente, um preso, ainda não identificado, também morreu a caminho do hospital depois de ser ferido na rebelião. De acordo com o balanço da polícia, nove presos foram feridos e encaminhados para o Hospital Cataratas. Outro agente baleado durante a tentativa de fuga dos detentos foi operado no hospital Costa Cavalcanti, onde permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Logo depois do fim da rebelião, a polícia iniciou uma revista minuciosa em todas as celas da cadeia e nos presos. Foram recolhidos vários estoques. Segundo Cartaxo, os detentos devem ser autuados por liderarem a rebelião e também pela morte do agente de carceragem. A polícia também está fazendo um levantamento do prejuízo causado pela depredação de algumas celas. ?Nós vamos levantar para saber o quanto foi depredado e reformaremos o mais rápido possível para manter a segurança da cadeia?, ressaltou Cartaxo.

O delegado também contou que está identificando os líderes da rebelião e negociando a remoção deles para o sistema penitenciário com a Secretaria da Justiça e com a Vara de Execuções Penais. O destino da transferência ainda não foi definido.

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De acordo com a polícia, por volta das 10 horas de terça-feira (19), presos começaram a bater nas grades das celas pedindo ajuda para um detento que estaria doente. Quando os agentes chegaram nas celas foram recebidos a tiros pelos presos que tentaram uma fuga em massa. Os agentes e a polícia revidaram, evitando a fuga. ?Foi assim que 30 presos das alas B e F começaram a rebelião, mantendo um agente de carceragem refém?, explicou Cartaxo.

Durante todo a terça-feira (19), a polícia e um juiz negociaram com os detentos a libertação do refém e o fim da rebelião. ?Na noite de ontem, nós já havíamos conseguido o acordo para acabar com a rebelião mas achamos prudente esperar até esta manhã?, disse o delegado.

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