Natal de primeira

As projeções não falharam e, desta vez, a rede varejista registrou o melhor Natal dos últimos dez anos. Dizendo de outra forma, um refresco para um setor que há muito aguardava resposta positiva dos consumidores, como ocorreu agora, numa demonstração concreta do aumento da renda familiar e da maior quantidade de pessoas empregadas no mercado formal.

Segundo dados preliminares, o crescimento das vendas do varejo no Pais beirou os 10%, sendo a elevação também atribuída às facilidades para a obtenção de crédito. A Associação Comercial de São Paulo, praça que maior volume de vendas contabilizou no mês de dezembro, informou que as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SPC) e UseCheque foram 8% maiores que no ano passado.

Entre outubro e novembro, em termos nacionais, o volume de crédito cresceu 3,1%, com a demanda de R$ 908,8 bilhões, representando 34,3% do Produto Interno Bruto (PIB), expressão numérica que não deixa dúvidas sobre o excelente desempenho da economia brasileira.

Depois de muitas frustrações e projeções furadas, o forte crescimento do mercado interno confirmou a expectativa imediata dos consultores econômicos quanto à continuidade do ciclo de recuperação dos setores da produção e das vendas. Os analistas, entretanto, são cuidadosos ao afirmar que estão afastados os indícios de retrocesso, mas são unânimes em garantir que os indicadores favorecem a constatação de que o ciclo de crescimento tem condições para durar.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), relatou que o nível mais alto medido pela pesquisa foi alcançado este mês, superando a marca de setembro de 2005, até então a maior desde que a pesquisa foi iniciada.

Segundo a metodologia aplicada, o aumento da confiança dos consumidores ratificou a percepção dos entrevistados quanto à situação atual da economia e a crença de que as coisas vão permanecer boas nos próximos meses. A FGV acrescenta que a parcela de consumidores confiantes na estabilidade da economia evoluiu de 15,5% para 21,9%, caindo de 14,4% para 12,2% os que ainda dizem que a situação é ruim.

Grande parte dos consumidores mostrou a disposição de comprar bens de consumo duráveis em futuro breve, reafirmando os prognósticos de segurança no emprego e expansão gradativa da massa salarial. Passou o sufoco!

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