Nascimento é favorável a separar portos de transportes

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, disse que "é favorável à separação da área de portos do Ministério", que ele acaba de assumir. Ele, entretanto, adotou postura mais cautelosa do que a que vinha tendo nos últimos dias e afirmou que não vai brigar por isso. Disse que a decisão sobre o que será feito com a administração portuária cabe apenas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nascimento afirmou que agora fala como homem do governo e que, se não concorda com o governo, não pode participar dele.

Nos dias que antecederam a confirmação de Nascimento como ministro de Transportes, lideranças do Partido da República (PR) do qual ele faz parte, chegaram a dizer que o partido poderia desistir do ministério, se a área de portos fosse tirada da pasta e repassada para o PSB, como era cogitado. "Conversei com o presidente Lula e nós concordamos em conversar sobre isso após minha posse."

Nascimento, que já foi ministro dos Transportes no primeiro mandato do presidente Lula, admitiu que o funcionamento dos portos não é bom. Segundo ele, o que há é um problema de gestão. Além disso, ele afirmou que a demanda nos portos cresceu muito e os grandes portos do País não se modernizaram nem cresceram na mesma proporção.

Segundo Nascimento, a vinculação que existe hoje dos portos ao ministério dos Transportes é muito vaga. "O Ministério dos Transportes traça a política dos portos, mas a gestão é feita pelas Companhias Docas. No funcionamento desses portos existe uma série de órgãos federais que interferem diretamente no trabalho." Ele disse que em cada porto existem representações da Receita Federal, da Polícia Federal e dos Ministérios da Agricultura e da Saúde. "Alguma coisa tem que ser feita para juntar isso tudo para que o usuário seja beneficiado.

Nascimento disse ainda que está se afastando do cargo de presidente de honra do Partido da República (PR). E que o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, assumirá o seu lugar na legenda. Nascimento afirmou que se afastou da função no partido devido "ao desafio muito grande que terá no Ministério dos Transportes".

Nascimento afirmou também que independentemente do que aconteça com a gestão dos portos, a administração das hidrovias e dos terminais fluviais continuará sob a responsabilidade dos Ministério dos Transportes. "O que está sendo discutida é uma administração para os grandes portos marítimos. As hidrovias continuam com o Ministério dos Transportes", afirmou.

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