Não será preciso substituir gás natural importado da Bolívia, diz embaixador

São Paulo – O embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), disse acreditar que não será preciso o Brasil recorrer a uma substituição do gás natural fornecido pela Bolívia.

Entretanto, por medida de cautela, representantes da Fiesp discutiram hoje (9) alternativas para enfrentar a situação. Isso porque, acrescentou Barbosa, existe o temor de que as empresas possam não ter fôlego para absorver "aumentos exagerados de preços".

"Há uma preocupação quanto à absorção dos preços pela indústria, por isso é normal que se esteja cogitando fórmulas alternativas a uma eventual subida de preço que não seja compatível com a racionalidade econômica".

No caso de alta no preço do produto, a indústria de transformação poderia voltar a usar o óleo diesel, o que, segundo o embaixador, também implicaria em aumento no custo da atividade industrial. "Acreditamos que a negociação [entre Petrobrás e o governo boliviano] seja bem sucedida", observou.

Na avaliação dele, o Brasil deveria ter se antecipado frente a decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar as reservas de gás e petróleo do país."Faltou um pouco de medidas preventivas, de negociações antes do fato consumado e, ainda, vigor na reação". A crítica de Barbosa foi, sobretudo, em relação às garantias de cumprimento do contrato entre a Petrobras e o governo boliviano.

O embaixador disse ainda que não há, até o momento, nenhuma mudança na meta do setor de expandir as negociações externas com a Bolívia, apesar de a atitude de Morales ter provocado um sentimento de incertezas entre o empresariado quanto a manutenção dos investimentos naquele país.

De acordo com ele, o volume de investimentos públicos e privados na Bolívia chega a US$ 4 bilhões. Ele lembrou que o comércio do Brasil com os países sul-americanos vem crescendo mais que o intercâmbio com os Estados Unidos e a Europa. Ele disse que, nos primeiros quatro meses do ano, houve alta de 22,8% no comércio com a América do Sul, de 22% com a Europa e de 19% com os Estados Unidos.

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