Não podemos cortar superávit para aumentar PPI, diz Kawall

O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, disse nesta terça-feira (21), ao deixar audiência na comissão mista de Orçamento, que desconhece qualquer discussão dentro do governo sobre a possibilidade de ampliação dos gastos do Projeto Piloto de Investimentos (PPI) no próximo ano. "Desconheço esse assunto. A única coisa que conheço é que na proposta de Orçamento para 2007 o PPI está em 0,2% do PIB", afirmou.

Pouco antes, o relator do Orçamento de 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), e o presidente da comissão mista de Orçamento, deputado Gilmar Machado (PT-MG), falaram sobre a possibilidade de ampliação dos gastos do PPI no próximo ano. Machado chegou a dizer que recebeu do governo uma sinalização de que os gastos com o PPI poderiam subir no próximo ano de 0,2% para 0,3%. O relator do Orçamento, por sua vez, quer elevar estes gastos de 0 2% para 0,5% do PIB.

Kawall afirmou que a possível elevação dos gastos do PPI não pode ser feita sacrificando o superávit primário. Para ele, uma elevação dos gastos do PPI teria que ser acompanhada de uma redução dos gastos correntes e de uma diminuição da carga tributária. "Simplesmente aumentar o PPI não seria a melhor maneira de alavancar o crescimento econômico", disse Kawall. Para ele, o mero aumento do PPI poderia represar os investimentos do setor privado, uma vez que a carga tributária continuaria elevada. Pela proposta do relator do Orçamento de 2007, a elevação dos gastos do PPI seria acompanhada de uma redução da meta de superávit primário de 4,25% do PIB para 3,75% do PIB.

O secretário do Tesouro afirmou ser pessoalmente contra eventual redução da meta de superávit. Para ele, é importante manter a trajetória de queda da dívida líquida do setor público.

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