Não há motivo para apreensão com rodovias, diz Godoy

O presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base, Paulo Godoy, disse que há um "frisson" em torno da decisão do governo de suspender o programa de concessão à iniciativa privada de sete trechos de rodovias federais, mas disse que não há necessidade de "tamanha apreensão". Ele se reuniu hoje com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para tratar do assunto e das medidas que serão anunciadas pelo governo para destravar a economia. "A ministra deixou claro que há disposição do governo em viabilizar esses lotes de estradas e outros", disse Godoy.

Segundo ele, não há nenhuma posição, no governo, contrária à participação da iniciativa privada. "Pelo contrário, há uma tentativa de atrair o capital privado. Obviamente que é papel do Estado organizar essas licitações de tal forma que tenha um critério justo de preço, de viabilidade econômica e de remuneração adequada da iniciativa privada, que possa ser compatibilizado com os interesses do governo e dos usuários", afirmou.

Godoy relatou que disse à ministra que essa equação de equilíbrio é "plenamente factível". Segundo ele, a ministra o informou que o governo continua interessado em agilizar esse processo e que a Abdib fará uma interação com o governo, a partir de agora, para encontrar esse equilíbrio.

Investimentos

A estimativa é de que sejam necessários R$ 20 bilhões de investimentos, nos sete trechos de rodovias federais que fazem parte da licitação suspensa pelo governo, disse Godoy. Segundo ele, o governo não tem condições de fazer esses investimentos sozinho. "Agora está num ponto em que precisamos ter uma equação definitiva, porque, do contrário, precisaríamos imaginar que o orçamento público tivesse condições de fazer esses investimentos e não tem. E o governo está ciente que não tem", afirmou Godoy, depois de se reunir com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Além da questão das rodovias, eles discutiram também os entraves para o crescimento econômico na área de infra-estrutura. Segundo Godoy, foram discutidas isenções tributárias, desoneração de investimentos, compensações ambientais e Parcerias Público Privadas (PPP). Ele disse que saiu da reunião com a perspectiva de que há um empenho muito grande do governo com relação ao desenvolvimento de infra-estrutura.

Especificamente na questão das estradas, Godoy disse que uma definição sobre a licitação das rodovias tem de ser tomada rapidamente. "Em curto prazo de tempo, ou se tem uma solução através de concessões, ou uma solução através das PPPs ou o governo arruma recursos para fazer. Fora isso é voltar para o País e falar: ‘olha, não vamos mexer nas estradas mais. Vai ficar do jeito que está’. Eu acho que o governo não vai querer isso", afirmou.

Voltar ao topo