Vulcão faz Europa estender embargo a voos

A expansão da nuvem de cinzas vulcânicas expelidas pelo vulcão em erupção na Islândia forçou as autoridades do setor aéreo da Europa a ampliarem as proibições de voo em grande parte do continente.

A França decidiu fechar três aeroportos no entorno de Paris e em outras cidades no norte do país até as 6h GMT (3h horário de Brasília) de segunda-feira. A Itália também informou que não permitirá a saída de voos do norte do país até às 6h GMT de segunda feira, enquanto a Grã-Bretanha, Irlanda e Alemanha manterão o espaço aéreo fechado até às 12h GMT (9h de Brasília) de domingo. Além disso, a British Airways cancelou todos os voos com chegada ou partida de Londres amanhã.

Outras nações europeias também estenderam a proibição aos voos, incluindo a Áustria, até a zero hora de domingo, e a Bélgica até 12h GMT. A Polônia informou que o espaço aéreo permanecerá fechado “até nova notificação”.

Os ventos em direção a leste, que estão levando a grande nuvem de cinzas da Islândia até a Rússia, devem persistir pelos próximos dois dias e seguir até meados da próxima semana, segundo o Escritório Meteorológico da Islândia. “As cinzas devem seguir em direção à Grã-Bretanha e a Escandinávia”, disse Teitur Arason, meteorologista do serviço islandês. “Esta é a situação geral pelos próximos dias: mais ou menos nos próximos dois dias ou talvez quatro ou cinco dias”, prevê.

A nuvem de cinza vulcânica está seguindo em direção à Grécia e deve continuar em duas frentes: em direção ao sul e leste para a Rússia, aponta o serviço meteorológico britânico, Met Office.

Cerca de 17 mil voos foram cancelados hoje na Europa por causa da atividade vulcânica, segundo o Eurocontrol, órgão que coordena o tráfego aéreo de 38 nações. Normalmente, o continente registra cerca de 22 mil voos aos sábados, mas hoje apenas 5 mil foram realizados. Dos 337 voos previstos entre Europa e Estados Unidos, 282 foram cancelados hoje, de acordo com a Associação de Transporte Aéreo.

Especialistas do setor de aviação disseram que a nuvem vulcânica provocou a maior interrupção do tráfego aéreo na Europa – e no mundo – fora de um período de guerra. “Eu voo há 40 anos, mas nunca vi nada como isso na Europa”, disse o piloto sueco Axel Alegren, após pousar no aeroporto de Munique, na Alemanha, vindo de Cabul, no Afeganistão. A rota original tinha como ponto de chegada o aeroporto de Frankfurt.

Autoridades do Reino Unido e da Islândia recomendaram às pessoas com problemas respiratórios que permanecessem em ambientes fechados, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que os europeus não deveriam permanecer em espaços abertos caso as cinzas começassem a cair.