Votação sobre Constituição será dividida em dois dias

A votação no referendo sobre a nova Constituição do Egito acontecerá em dois dias diferentes: no próximo sábado e no dia 22, informou hoje a televisão estatal egípcia. A divisão acontece três dias antes da data marcada para o plebiscito.

A definição sobre a lei máxima acontecerá em meio a protestos intensos da oposição, que não concorda com o texto, que foi aprovado no último dia 30 pela Assembleia Constituinte, composta em sua maioria por islamitas.

A aprovação alimentou as manifestações contra o presidente Mohamed Mursi, que já duram três semanas, e aumentou a quantidade de enfrentamentos entre islamitas e liberais, deixando pelo menos sete mortos e mais de mil feridos.

Segundo a Secretaria-Geral da Comissão Eleitoral, a decisão foi tomada devido à escassez de juízes dispostos a supervisionar o referendo. Ontem, o Conselho de Juízes, principal associação da magistratura do Egito, se recusou a observar a votação.

No dia 15, a consulta será feita em dez províncias, incluindo a capital Cairo e a cidade de Alexandria, no norte do país. O referendo continua na semana que vem, em mais 17 localidades, como a cidades de Ismailiya e Suez.

A fórmula foi a mesma usada nas eleições presidenciais e legislativas, que também transcorreram durante vários dias.

Exterior

Assim como nos dois pleitos anteriores ao da Constituição, a votação já começou nas representações egípcias no exterior, apesar do boicote de mais de 350 diplomatas que se negaram a supervisionar a consulta.

Eles recusaram o controle do referendo por considerar que a lei máxima não tem legitimidade por ter sido feita em meio a protestos violentos. Mais de 580 mil egípcios expatriados têm direito a dar sua opinião em 150 legações diplomáticas no exterior, sendo que a Arábia Saudita é o país com o maior contingente, 261.924 pessoas no total.

Nesta quarta, a Frente de Salvação Nacional, principal grupo de oposição do presidente, se reunirá para definir a posição que será tomada em relação ao pleito. O grupo boicotou a votação do novo texto por não se considerar representada.

Eles também não participaram do diálogo nacional sobre o pleito, que foi convocado por Mursi no último sábado. A expectativa é que ocorra um novo boicote.

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