Vídeo de reunião de chanceleres com militares é montagem, diz Lugo

A equipe do presidente destituído do Paraguai, Fernando Lugo, qualificou hoje o vídeo que mostra a reunião de chanceleres de Colômbia, Equador e Venezuela com militares do país do Cone Sul de “montagem grosseira”.

O suposto encontro teria acontecido duas horas antes da aprovação do impeachment, no dia 22, e foi mostrado pela ministra de Defesa do novo governo, María Liz García, ontem a pedido do presidente Federico Franco.

Em comunicado ao site “Paraguay Resiste”, o ex-bispo denunciou que o vídeo “tenta comprometer inutilmente os diplomatas estrangeiros em manobras que nunca aconteceram”, com o objetivo de desviar a atenção para o “golpe parlamentar” que o retirou do cargo.

Para Lugo, as gravações expõem os chanceleres e o corpo diplomático “a uma situação embaraçosa”. Nas imagens, os chanceleres de Colômbia, María Ángela Holguín, Equador, Ricardo Patiño, e Venezuela, Nicolás Maduro, se encontraram com os comandantes das Forças Armadas paraguaias.

O presidente retirado ainda criticou os opositores por usar “o estilo delator de perseguição” da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) para tentar argumentar a acusação contra o chanceler venezuelano.

Lugo acusa o novo governo de “despertar uma patriotada que cubra o fanatismo, a investigação e o esclarecimento de todo o que aconteceu”, além de condenar a publicação da versão pela imprensa.

Acusações

Ontem, a ministra de Defesa do Paraguai, María Liz García, divulgou um vídeo com imagens da reunião que o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, manteve com comandantes militares paraguaios, supostamente no último dia 22, a duas horas da aprovação da destituição de Fernando Lugo.

Em breve entrevista coletiva, a ministra disse que recebeu ordens do presidente Federico Franco, que sucedeu Lugo neste mesmo dia, de entregar à imprensa cópias da gravação, que mostra os participantes do encontro entrando e saindo do local onde ocorreu a reunião.

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