Veto a ação de ONGs no Zimbábue preocupa ONU

Agências humanitárias das Nações Unidas afirmaram nestas sexta-feira (6) que estão bastante preocupadas. O motivo é o fato de o Zimbábue ter ordenado a suspensão do trabalho de organizações não-governamentais (ONGs) antes do segundo turno da eleição presidencial. A decisão prejudica bastante o auxílio a mais de 4 milhões de pessoas no empobrecido país africano, alertou a Agência de Coordenação Humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), conhecida pelas iniciais Ocha.

"Se não pudermos trabalhar com essas ONGs, os programas humanitários da ONU não podem ser realizados", disse a porta-voz do escritório Elisabeth Byrs. A funcionária explicou que a ONU conduz suas operações no país em colaboração estreita com esses grupos. O governo ordenou ontem que as ONGs suspendam o trabalho de campo indefinidamente. Com isso, surgiram acusações de que o governo utiliza o auxílio alimentar como arma política.

"Nós estamos muito preocupados e esperamos que todas as ONGs e todos os programas humanitários possam trabalhar completamente, porque a situação já é muito difícil", afirmou Elisabeth. Segundo o ministro de Assistência Social, Nicholas Goche, a suspensão ocorreu pois os grupos violavam os termos de um acordo com o governo. A informação foi divulgada em um breve comunicado que não especificava os motivos da atitude.

O presidente Robert Mugabe tem sido acusado pela oposição e por grupos de direitos humanos de orquestrar a violência para garantir a vitória eleitoral. Cresce no país a impopularidade de Mugabe, por causa da linha-dura imposta e pelo colapso econômico zimbabuano. No dia 27 de junho, o atual presidente enfrentará em segundo turno o líder oposicionista Morgan Tsvangirai. O desafiante venceu o primeiro turno, mas não teve vantagem suficiente para evitar nova votação.

A Human Rights Watch acusou o governo de impor o controle sobre a comida para intimidar os eleitores. A Care International também havia suspendido as operações na área, por estar envolvida em uma investigação de que faria campanha para a oposição. A Care nega as acusações.

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