Vai a 46 número de mortos em ataque suicida no Iraque

Subiu para 46 o número de mortos em um ataque realizado hoje por uma mulher-bomba no norte de Bagdá, de acordo com um policial, que falou sob condição de anonimato. Ele disse ainda que 122 ficaram feridos. Os mortos, peregrinos xiitas, faziam uma peregrinação anual para a cidade sagrada de Karbala. A mulher escondeu os explosivos debaixo de uma abaya – uma vestimenta preta que cobre as mulheres dos pés à cabeça – em Shaab, bairro de Bagdá dominado por xiitas, disse o major-general Qassim al-Moussawi, principal porta-voz militar da capital iraquiana.

A mulher se explodiu quando estava numa fila de mulheres que seriam revistadas por seguranças femininas num posto de verificação dentro de uma tenta de descanso, disse al-Moussawi. Após passar pela revista, as peregrinas mulheres recebem água e refrescos, disse um policial. Testemunhas descreveram a cena caótica minutos após a explosão. Raheem Kadhom, de 35 anos, estava a cerca de 140 metros do local e disse que uma grande bola de fogo surgiu em meio aos peregrinos, que ficaram “no chão, cobertos de sangue e pedindo ajuda”, disse ele.

O grande número de peregrinos e as distâncias que muitos deles têm de percorrer, em períodos previsíveis nesta época do ano, torna impossível garantir sua segurança contra grupos extremistas. As autoridades iraquianas não têm policiais suficientes para fazer revistas na maioria dos postos de verificação e as forças de segurança relutam em usar cães farejadores de bombas por questões culturais. “Uma atacante suicida usando um cinturão explodiu-se na principal estrada do distrito de Bob al-Sham, norte de Bagdá. Eles foram detonados por volta das 12h30”, disseram funcionários do Ministério do Interior.

Atentados

O ataque é o último de uma série de atentados de larga escala ao redor de Bagdá. Ataques contra três hotéis de Bagdá foram realizados na segunda-feira da semana passada. No dia seguinte, um veículo cheio de explosivos foi detonado perto de um escritório de investigação, ligado ao Ministério do Interior.

O Estado Islâmico do Iraque, grupo ligado à rede Al-Qaeda, assumiu a responsabilidade pelos dois ataques. Ataques de grande escala contra prédios do governo e ministérios também foram realizados em Bagdá em agosto, outubro e dezembro, matando centenas de pessoas e prejudicando a confiança nas forças de segurança iraquianas.

Funcionários do governo iraquiano disseram que os atacantes tentam prejudicar as eleições, marcadas para o início de março, e advertiram que a violência pode continuar. Uma preocupação das autoridades é sobre o aumento dos assassinatos sectários que ocorreram com muita frequência após a invasão do país em 2003, liderada pelos Estados Unidos. Na época, os frequentes choques entre sunitas e xiitas deixaram o país perto de uma guerra civil.

 

Centenas de milhares de xiitas devem caminhar para Karbala para celebrar os 40 dias de luto que se segue à Ashura, o aniversário da morte do imã Hussein, uma reverenciada figura xiita que está enterrado na cidade. O ministro Nacional de Segurança Sherwan al-Waeli foi enviada para Karbala pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki para supervisionar a segurança no local, informou a agência de notícias Aswat al-Iraq hoje. Com informações da Dow Jones.