UE atribui à Geórgia início da guerra com a Rússia

O relatório de uma comissão independente, patrocinada pela União Europeia (UE), indica as causas da guerra travada por Rússia e Geórgia em 2008. O relatório, divulgado hoje, confirma a versão da Rússia de que a Geórgia iniciou a guerra com uma indiscriminada barragem de foguetes e artilharia contra a capital da separatista Ossétia do Sul, ato que, segundo a comissão, não é justificável sob a lei internacional.

Já a Geórgia teve apoio em sua afirmação de que a Rússia a provocou durante anos antes do confronto, e que a resposta russa teria utilizado força desproporcional, enviando veículos blindados para o território georgiano.

A retaliação da Rússia foi “muito além dos limites razoáveis da defesa”, diz o relatório, que rejeita as afirmações de que o país estava tentando evitar um genocídio com sua invasão ao vizinho do sul, uma ex-república soviética com expectativas de se juntar à UE e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O confronto terminou em menos de uma semana, após a Rússia arrasar o exército georgiano e expulsar suas tropas da Ossétia do Sul e para longe das fronteiras de outra região separatista, a Abkházia.

Desde então, a Rússia reconheceu as duas regiões como países independentes. Mas, dentre os países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), apenas a Nicarágua e a Venezuela tomaram a mesma medida. A Rússia continua a manter milhares de soldados nas duas regiões, que impedem a ação de monitores da UE.

As descobertas da comissão independente, liderara pela diplomata suíça Heidi Tagliavini e divulgada nesta quarta-feira em Bruxelas, foram baseadas no trabalho de 30 especialistas europeus em história, direito e assuntos militares.

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