Turquia cobra credibilidade de países donos de armas

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém silêncio sobre o acordo com o Irã, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan, disse hoje em Madri, na 6.ª Cúpula União Europeia-América Latina, que quem tem bomba atômica não tem credibilidade para cobrar que outros não tenham.

Falando em uma pequena sala lotada de jornalistas estrangeiros, Erdogan louvou o acordo negociado também por seu “querido amigo Lula”, cujo texto classificou de “muito importante não apenas para a região, mas para o mundo”. Ele pediu à comunidade internacional “que apoie este acordo”, ao qual chamou de “road map” – “mapa do caminho”, em inglês.

O chefe de governo turco questionou Israel, país que detém armas de destruição em massa, embora negue a informação. “Quem reage à Israel?” Não satisfeito, pôs em dúvida a moral de países que dispõem de armas nucleares, mas controlam o acesso à tecnologia. “Este é o momento de discutir se nós acreditamos na supremacia da lei ou na lei dos supremos e superiores”, disse, sem mencionar a que líderes ou países se referia. “Enquanto ainda têm armas nucleares, como podem ter credibilidade para pedir a outros países que não tenham?”

Apesar dos contra-ataques, Erdogan não defendeu que o Irã possa desenvolver armas nucleares. Seu apelo era permeado por uma convocação aos países do G5+1 – EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha – para que sentem-se à mesa para negociar “com calma” os próximos passos do impasse iraniano.

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