Tropas do governo sírio matam 2 pessoas em Alepo

Forças sírias lançaram gás lacrimogêneo e fizeram disparos com munição de verdade nesta sexta-feira para dispersar milhares de manifestantes que pediam a saída do presidente Bashar Assad, matando duas pessoas na cidade de Alepo, norte do país.

A repressão aos manifestantes, assim como ataques realizados pelo governo e por rebeldes são rotina no país, apesar do envio de mais de 250 observadores da Organização das Nações Unidas (ONU), que estão espalhados pelo território sírio para monitorar o cessar-fogo intermediado pelo enviado especial Kofi Annan.

As informações sobre a ação das forças de segurança foram relatadas pelo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo sediado em Londres, que tem uma rede de ativistas em território sírio, e pela rede ativista Comitês de Coordenação Locais.

O Observatório disse que uma pessoa foi morta e outra ficou ferida em Alepo, importante centro econômico do país, que tem mantido o apoio a Assad durante o levante, mas onde o sentimento contra o regime tem aumentado nas últimas semanas.

O ativista Mohammad Saeed, que vive em Alepo, disse um dos manifestantes morreu posteriormente em razão dos ferimentos, elevando para dois o número de mortos no bairro de Boustan al-Qasr.

Segundo ele, mais de 10 mil pessoas participaram dos protestos na cidade. “O regime está tentando desesperadamente suprimir os protestos em Alepo, mas toda a violência tem volta”, disse ele.

“Abaixo Bashar Assad”, gritavam os manifestantes enquanto marchavam pelo bairro de Salaheddine.

Vídeos amadores colocados na internet por ativistas mostram dezenas de pessoas, dentre elas uma adolescente, sendo carregados pelos manifestantes. O Observatório também informou que um menino foi morto por francoatiradores em Arbeen, subúrbio de Damasco, antes da realização de um protesto no local.

Na cidade de Inkhel, no sul, várias pessoas ficaram feridas quando tropas abriram fogo contra os manifestantes. Em Homs, cidade da região central, sete pessoas ficaram feridas por causa de disparos das forças de segurança.

Na capital Damasco, tropas lançaram gás lacrimogêneo para dispersar uma grande manifestação que teve início quando os manifestantes saíram da mesquita de Daqaq, no bairro de Midan.

Mais cedo, forças do governo bombardearam os bairros de Qusour e Jobar, em Homs, mas não há informações sobre mortos ou feridos. As informações são da Associated Press.

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