Ataque em Nice

Terrorista não agiu sozinho na França

“Traga mais armas em 5 (minutos).” Foi com essas palavras em um SMS enviado do celular de Mohamed Lahouaiej Bouhlel que a polícia francesa encontrou o primeiro indício de que o tunisiano não agiu de forma solitária. O SMS foi enviado às 22h27 da noite de quinta-feira, cerca de 15 minutos antes do início do massacre na promenade des Anglais, a avenida beira-mar de Nice.

A mensagem estava num celular encontrado dentro do caminhão, que foi alugado três dias antes do crime. Depois de analisar os dados do aparelho, a polícia prendeu um homem chamado Choukri, destinatário da mensagem. Depois dele, outros dois homens foram detidos, elevando para sete os supostos envolvidos no ataque. Mas ainda não está claro se estes outros presos faziam parte de uma célula terrorista ou de uma quadrilha que praticava crimes comuns.

Bouhlel tinha em seu histórico episódios de violência machista e uma condenação a seis meses de prisão por uma agressão em briga de trânsito. No sábado (16), o Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado de Nice, dizendo que o tunisiano era seu “soldado”. No entanto, o serviço de inteligência francesa não detectou o homem como um suspeito terrorista. 

Câmeras de segurança captaram imagens do caminhão usado no atentado circulando pela promenade des Anglais nos dois dias anteriores ao crime, em mais um indício de que houve uma preparação prévia, e não um ato impulsivo. O ataque deixou 84 pessoas mortas e 202 feridos. Neste domingo 85 pessoas continuam internadas, 28 delas em estado grave.