Suspeito por massacre indígena é detido na Colômbia

A Promotoria Geral da Colômbia confirmou hoje a prisão de um indígena suspeito de participação em um recente massacre de 12 indígenas da etnia awá. O chefe dos promotores do departamento (Estado) de Nariño, Alvaro Lara, informou que o suspeito será agora interrogado. Homens encapuzados assassinaram, na quarta-feira, 12 indígenas awá, entre eles cinco menores de idade. Lara afirmou que o indígena, chamado de Paí, também um awá, foi capturado na véspera, no município de Orito, departamento de Putumayo, a 500 quilômetros a sudoeste de Bogotá.

Paí foi detido porque tinha contra ele um mandado de prisão por sequestro em outro caso, explicou o promotor. Além disso, “também é envolvido no massacre dos indígenas awá”, segundo testemunhos colhidos pela promotoria. “Há declarações dentro da investigação que o comprometem. É uma hipótese na qual se está trabalhando”, disse Lara.

A promotoria afirma que pelo menos dez homens uniformizados, com capuzes e sem insígnias, assassinaram os indígenas em uma reserva indígena no município de Tumaco, departamento de Nariño, a 600 quilômetros a sudoeste da capital. O massacre foi o segundo do ano, pois, em fevereiro, rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) revelaram, em comunicado, que mataram oito indígenas awá por eles serem informantes do Exército. Os militares negaram a versão.

O presidente da Organização Nacional Indígena da Colômbia, Luis Evelis Andrade, disse que a captura de Paí era uma boa notícia, pois poderia ajudar “a esclarecer os fatos e saber se há mais autores”. Andrade disse que aparentemente Paí era um conhecido delinquente na região do massacre.