Sphynx, o gato sem pêlo

Quem adora gatos, mas não tem como mantê-los em casa devido à alergia aos pêlos, pode encontrar a solução do problema na compra de um felino da raça sphynx. O animal, cuja principal característica é o corpo pelado, é comum nos Estados Unidos, mas ainda não é muito conhecido dos brasileiros. Entretanto, já começa a ganhar destaque em feiras e exposições realizadas por aqui.  

?O sphynx chama muito a atenção, pois tem uma aparência bastante diferente, sendo dotado apenas de uma penugem curta e fina na face, nas orelhas e na cauda. Geralmente as pessoas o amam ou o odeiam. Quem gosta quer levá-lo para casa. Quem não gosta o acha feio e geralmente não quer nem chegar perto?, comenta a proprietária do gatil Avalon, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, Joana Prada.

Apesar da aparência exótica, o sphynx é considerado um gato dócil, afetuoso e bastante sensível. Ao contrário de representantes de outras raças, que podem se mostrar um pouco desconfiados com pessoas desconhecidas, o animal costuma ser bastante carinhoso tanto com os proprietários quanto com estranhos. Por não ser rabugento, é muito indicado para crianças, pois geralmente é brincalhão e aceita ser pego no colo e mesmo apertado.

Segundo Joana, o sphynx surgiu na década de cinqüenta, devido a mutações expontâneas. Tudo começou no Canadá, quando em meio a uma ninhada normal de gatos vira-latas nasceu um bichinho sem pêlo. Assim que atingiu a maturidade sexual, o animal foi cruzado com a mãe e com outros que tinham o gene da falta de pelagem. A partir daí, surgiu a raça sphynx, que ainda tem poucos representantes no Brasil.

?Sou a única criadora da raça no Paraná. Existem outros apenas no Rio Grande do Sul e em São Paulo?, informa a criadora. ?Tenho um macho trazido há três anos dos Estados Unidos e uma fêmea adquirida há um ano e meio aqui mesmo no Brasil. A minha expectativa é de que a primeira ninhada de filhotes nasça no final do ano. A gestação dura dois meses e costumam nascer três ou quatro animais. Cada um deve ser comercializado por R$ 1,5 mil?.

Descendente de vira-latas, o sphynx é considerado bastante resistente e pode ser encontrado em todas as cores, com olhos que também podem ser claros ou escuros. Justamente por não ter pêlos, ele possui o metabolismo mais acelerado do que outros felinos, comendo mais e desta forma produzindo mais calor. ?As pessoas normalmente se surpreendem quando o tocam e percebem como ele é quente.?

Os únicos cuidados especiais que Joana toma com seus sphynxs é passar protetor solar para evitar que eles queimem a pele em dias de muito sol e repelente para que eles não sejam picados por insetos.

Exposição de felinos na capital

No próximo dia 29 de julho, Curitiba vai ser sede de uma grande exposição de felinos, realizada pelo Clube do Gato do Paraná. No salão Topázio do Círculo Militar, vão estar reunidos criadores de todo Brasil. A expectativa é de que sejam exibidos gatos de mais de cinqüenta raças diferentes.

Segundo a presidente do clube, Vera Gabardo, será escolhido o melhor animal de cada variedade e o melhor geral. Os vencedores irão receber troféus e terão o título registrado no pedigree. ?A conquista de um título valoriza bastante um gato. Alguns campeões chegam a valer R$ 1,5 mil?, diz Vera. A exposição irá começar às 9h e será aberta ao público em geral.

Outros

Além do sphinx, gatos de outras raças ainda pouco divulgadas começam a ganhar espaço no Brasil.

Os gatos da raça bengal são descendentes do selvagem leopardo asiático (Felis Prionailurus bengalensis). Têm pelagem dourada com manchas, o que na natureza é utilizado como camuflagem. São considerados bastante ativos e muito bons para companhia.

Já cornish rex é originário da Inglaterra e se destaca por ter pêlos ondulados, que costumam ter aparência semelhante a pêlos de cães da raça poodle (com a diferença de que não costumam embaraçar e, por isso, não necessitam de muitos cuidados). São apontados por criadores como animais bastante carinhosos.

O felino maine coon é bastante popular nos países da Europa. Dócil e brincalhão, é considerado o maior gato doméstico do mundo. Um macho pode chegar a pesar entre dez e quinze quilos.

Com grandes olhos azuis, o sagrado da birmânia é um gato de pêlo semilongo. Ele tem coloração diferenciada nas extremidades do corpo e patas brancas, que parecem luvas. É muito carinhoso e inteligente, procurando sempre chamar a atenção dos proprietários.

Animais precisam de cobertores

Justamente por ter o corpo desprovido de pêlos, o sphynx acaba sentindo mais frio que os outros felinos. Por isso, de acordo com a veterinária Marúcia de Andrade, que atende na Clínica Mania de Gato, em Curitiba, os proprietários do animal devem tomar alguns cuidados especiais.

?O ideal é que o sphynx seja criado dentro de casa. Além disso, ele deve ter sempre à disposição uma caminha ou alguns cobertores para se esquentar. Em dias de muito frio, os donos podem colocar roupinhas adquiridas em pet shops no animal?, explica.

Outra característica da raça é que seus representantes costumam ser mais seborréicos, produzindo uma maior quantidade de gordura para proteção do organismo. Em função disso, o Sphynx deve tomar mais banhos (o ideal é que eles sejam dados a cada quinze dias) e ter as orelhas e as unhas limpas periodicamente. No que diz respeito às orelhas, a higienização deve ser realizada com utilização de produtos especiais.

Os demais cuidados são os mesmos dispensados a gatos de outras raças. Em relação à vacinação, os felinos precisam tomar uma dose da vacina tríplice, quadrupla ou quíntupla aos sessenta dias de vida e uma segunda dose aos noventa dias. Aos 120 dias, deve ser dada vacina contra raiva. Posteriormente, novas doses das vacinas devem ser aplicadas anualmente.

Gatos de apartamento devem receber vermífugo duas vezes ao ano. Os que vivem em casa – tendo livre acesso ao quintal, conseguindo sair para a rua e podendo ter contato com outros felinos – três vezes ao ano.

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