Sete ex-CIA pedem fim de investigação sobre tortura

Sete ex-diretores da Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana, que serviram a presidentes democratas e republicanos, pediram ao presidente Barack Obama que suspenda a investigação criminal do Departamento de Justiça (DoJ) sobre a prática de tortura nos interrogatórios de suspeitos de atos terroristas durante o governo Bush.

Três dos homens que fizeram o pedido em uma carta enviada ontem à noite à Casa Branca trabalharam durante o governo de George W. Bush.

No mês passado, o procurador-geral Eric Holder informou que estava nomeando um conselho independente para investigar possíveis casos de abuso por profissionais da CIA durante interrogatórios que foram além das diretrizes determinadas pelo governo Bush.

Os casos foram relatados pelo inspetor-geral da CIA ao DoJ durante aquele governo, mas, na época, autoridades da Justiça investigaram apenas um deles. “Se investigações criminais encerradas por procuradores durante uma administração podem ser tão facilmente reabertas sob a direção de nomeados políticos na administração seguinte, as recusas em abrir investigações se tornarão insignificantes”, escreveram os ex-diretores da CIA na carta.

O jornal Washington Post afirmou em seu website na noite de ontem que o Departamento de Justiça vai se concentrar em dois ou três casos para possível indiciamento. Um deles, disse o jornal, envolveu um prisioneiro afegão que morreu depois de ter sido espancado e acorrentado durante uma noite fria em um chão de concreto sem cobertores. A reportagem citou fontes não identificadas.

Os sete ex-diretores da CIA são: Michael Hayden, Porter

Goss e George Tenet, que trabalharam no governo Bush; John Deutch e James Woolsey, que trabalharam no governo de Bill Clinton; William Webster, que trabalhou para o presidente George H.W. Bush; e James Schlesinger, que atuou no governo de Richard Nixon. George Tenet também serviu ao governo de Clinton. As informações são da Associated Press.

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