Senador italiano denuncia fraudes em votos da América do Sul

Luigi Pallaro, eleito em 2006 como representante da América do Sul para o Senado italiano, afirmou nesta terça-feira (15) que possui "notícias alarmantes" sobre uma eventual fraude dos votos oriundos da região, especialmente de Venezuela e Argentina, denuncia que também foi feita pelo Partido Democrata (PD).

Pallaro, que se candidatou à reeleição, disse em entrevista à ANSA que tem "notícias alarmantes" do centro de contagem de votos da Itália. "Disseram-me que em uma mesa foram contados 960 votos para (Esteban) Caselli (candidato a senador pelo Povo da Liberdade), todos com a mesma caligrafia, e só 26 para Pallaro", afirmou.

"Estou em primeiro no Brasil, no Uruguai, no Chile e em toda a América do Sul, menos na Argentina e na Venezuela, onde meu nível caiu", completou.

Pallaro, de 81 anos, mora na Argentina há mais de 50, onde é dirigente da Câmara do Comércio italiana no país. "Foi apresentado um protesto formal e, pelo o que eu sei, o presidente da mesa disse que queria anular as cédulas supostamente fraudadas, mas que não tinha poder para tanto", declarou o senador.

Por sua vez, a candidata à senadora para a América do Sul pelo PD, María Rosa Arona, confirmou hoje à ANSA que seu partido "fez ontem à noite uma denúncia judicial em Roma pelas milhares de cédulas que possuíam cores levemente diferentes das originais e estavam assinaladas com a mesma caligrafia".

Maria Rosa, de 52 anos, nascida e criada na Argentina e doutora em Ciências Políticas, destacou que a possível fraude "contamina uma importante conquista dos italianos no exterior, pois põe em dúvida como se dá o processo eleitoral nos países em que residem".

Na sexta-feira passada, a imprensa italiana divulgou que a promotoria de Reggio Calábria, ao sul do país, detectou indícios de uma possível tentativa de manipulação de votos de italianos residentes na Venezuela.

A "fraude", segundo essas versões, consistia em alegar como votadas cerca de 50 mil cédulas que nunca chegaram aos seus destinatários, dando os votos para uma determinada força política em vez de devolver as cédulas ao Ministério do Interior.

O ministro do Interior, Giuliano Amato, disse na sexta passada que, após ter recebido o alerta da promotoria calabresa das suspeitas de fraude sobre os votos na Venezuela, informou a Chancelaria que, por meio de sua rede consular, "fez um trabalho de prevenção, garantindo que essas cédulas não se perdessem de vista".

O senador Pallaro acrescentou que, "para completar o quadro, considero muito provável que cerca da metade dos eleitores na Argentina que recebem as cédulas, não votam. Acho que devemos nos concentrar sobre esse aspecto".

Segundo os últimos dados da apuração para o Senado na América do Sul, referentes a 217 de 392 seções, o Povo da Liberdade aparece com 58.130 votos (30,16%) e está na frente dos demais partidos.

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