Scotland Yard nega ter “arquivado” caso Jean Charles

A Autoridade da Polícia Metropolitana (MPA, na sigla em inglês), órgão que fiscaliza as atividades da polícia londrina, negou nesta quinta-feira (17) ter "arquivado" por razões políticas um relatório sobre a investigação do assassinato do imigrante brasileiro Jean Charles de Menezes.

Membros da MPA haviam realizado no último mês de novembro uma revisão dos fatos que rodearam o incidente fatal, ocorrido em julho de 2005 na estação de metro de Stockwell, sul de Londres.
O relatório foi feito logo após a força policial ter sido declarada culpada pela morte do brasileiro, em uma investigação ocorrida na corte de Old Bailey, e o alto comissariado para Scotland Yard, Ian Blair, ter conseguido manter seu posto logo após receber um voto de confiança.

A revisão do caso foi demorada, no entanto, devido ao "grande volume" de material vinculado ao caso e à "análise meticulosa", explicou um porta-voz da MPA.
O porta-voz rejeitou a notícia dada pelo jornal londrino Evening Standard, de que a publicação de tal revisão foi demorada por razões políticas.

Fontes consultadas pelo Evening Standard citaram demoras "inexplicáveis" na publicação do relatório. Jean Charles, de 27 anos, foi assassinado a tiros no dia 22 de julho de 2005 por quatro agentes da Scotland Yard que o confundiram com Hussain Osman, um dos supostos responsáveis pelos atentados ocorridos no metro de Londres.

A Polícia Metropolitana foi multada em outubro passado em US$350 mil pelo assassinato e teve de pagar também cerca de US$2 milhões pelos custos legais do processo. Um jurado na corte de Old Bailey julgou culpada a força policial londrina por falhas na operação que terminou com a morte de Jean Charles. O porta-voz da MPA confirmou, por sua vez, que a revisão do caso não irá investigar os papéis de Ian Blair nem de nenhum outro policial da força.

Voltar ao topo