Saúde de Mubarak se deteriorou em prisão, diz agência

A agência oficial de notícias do Egito informou hoje que a saúde do ex-ditador Hosni Mubarak, 84, se deteriorou durante sua detenção na prisão de Tora, onde está desde sua saída do poder, em fevereiro de 2011.

O ditador, que foi condenado no sábado à prisão perpétua, teve uma piora significativa em seu estado de saúde desde a visita de sua família, ontem. Os dois filhos de Mubarak aguardam na prisão o julgamento pela acusação de manipulação de preços.

De acordo com funcionários da prisão de Tora, o Ministério do Interior permitiu a entrada de uma equipe médica na penitenciária. O ditador foi sedado e está sob observação. Segundo os agentes, a visita da mulher e das duas noras fez com que Mubarak entrasse em depressão profunda. Ele teria parado de se alimentar.
Já o filho mais novo do ditador, Gamal, foi transferido para ficar mais próximo do pai.

Mubarak sofre com problemas de saúde desde que foi preso. O ex-mandatário, que governou o Egito por 32 anos, chegou a ir a uma das sessões do julgamento em uma maca, com equipe médica de suporte. Na época, rumores indicavam que o ditador estava com câncer, problemas cardíacos e depressão.
Apelação

A promotoria geral egípcia apelará das sentenças proferidas neste sábado no julgamento do ex-ditador Hosni Mubarak, que provocaram uma onda de protestos no país, informou neste domingo uma fonte judicial.
A fonte não deixou claro se o recurso será aplicado unicamente às absolvições ou também ao restante das sentenças. Todos os acusados foram processados pela repressão realizada durante a revolta contra o regime no início de 2011, que oficialmente deixou 850 mortos.

Os dois filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, acusados de corrupção, não foram condenados porque o tribunal estimou que as acusações foram prescritas.
Em meio ao amparo, centenas de pessoas protestam há quatro dias contra a sentença de Mubarak na praça Tahrir, no Cairo, e em outras cidades do país. Os manifestantes, cuja maioria é de muçulmanos, pediram a pena de morte para o ditador.