Rússia adverte Ocidente sobre ações contra Irã

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, advertiu hoje o Ocidente sobre o uso da força e a adoção de ações unilaterais contra Teerã por causa do programa nuclear mantido pela república islâmica. A declaração de Lavrov expõe o desacordo entre a Rússia e os Estados Unidos e outras potências ocidentais com relação ao programa nuclear iraniano.

"Estamos convencidos de que nenhum problema moderno tem solução pela via militar, e isso inclui o programa nuclear iraniano", declarou Lavrov em Moscou depois de conversar com seu homólogo francês Bernard Kouchner. "Estamos muito preocupados com os cada vez mais freqüentes relatos referentes a uma ação militar contra o Irã estar sendo seriamente considerada", disse Lavrov.

Kouchner, que protagoniza sua primeira visita a Moscou como chanceler francês, comentou no domingo que a comunidade internacional deveria estar preparada para uma guerra contra o Irã no caso de a república islâmica obter armas atômicas. Ainda segundo ele, líderes europeus estariam analisando a possibilidade de aplicar sanções a Teerã.

Lavrov criticou a idéia de sanções unilaterais contra o Irã, seja por parte dos Estados Unidos ou da União Européia (UE). "Se aceitarmos trabalhar em conjunto e isso estiver representado numa decisão coletiva no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas, então qual seria a finalidade de sanções unilaterais?", questionou.

Kouchner enfatizou que considera as negociações necessárias para evitar a possibilidade de guerra, mas defendeu que a comunidade internacional não deveria abrir mão de sanções para pressionar o Irã.

Os Estados Unidos e outras potências ocidentais acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O governo iraniano nega e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica.

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