O opositor Exército Livre Sírio (ELS) afirmou que desertores da Guarda Republicana, um dos corpos de elite do regime, cometeram o ataque desta quarta-feira contra o canal de televisão governamental Al Ikhbariya, no qual morreram sete pessoas, três delas jornalistas.
Da Turquia, o “número dois” do ELS, coronel Malek Kurdi, disse à Agência Efe que os desertores atacaram com lança-granadas e armas leves a sede da televisão. Uma granada caiu num armazém com munição, o que causou uma forte explosão.
“Normalmente, dentro das televisões sírias, existem grupos de proteção da Guarda Republicana, e nos porões de algumas delas ficam guardadas munição e explosivos”, assegurou Kurdi.
O membro do ELS acrescentou que nas últimas horas um grupo de militares da Guarda desertou, mas antes realizou uma operação contra o regime, algo que os soldados dissidentes costumam fazer quando decidem se unir às filas fileiras rebeldes.
O dirigente do ELS ressaltou que os autores do ataque conseguiram fugir da sede da Al Ikhbariya, na localidade de Khan al Shih, a 35 quilômetros de Damasco, sem sofrer baixas.
Kurdi destacou que os desertores realizaram a operação sem a ajuda do ELS, que por enquanto não tomou a decisão de lançar ataques contra televisões governamentais, e justificou a operação devido às “políticas de desinformação” da Al Ikhbariya.
Mesmo assim, advertiu que “se os elementos militares posicionados dentro das televisões atacarem o ELS ou agredirem manifestantes, se transformarão em alvos legítimos”.
O regime de Damasco acusou hoje grupos terroristas armados de terem atacado o canal. Ontem, o presidente Bashar al Assad afirmou que seu país atravessa “um verdadeiro estado de guerra”.