Quênia pode ter acordo para divisão do poder

Parlamentares quenianos deram um passo nesta terça-feira (11) para aprovar um acordo de divisão de poderes entre governo e oposição que acabe com a crise política no país, um dia após um relatório indicar que o Exército usou fogo pesado para debelar um grupo ligado a disputas pela terra. O Comitê Parlamentar de Negócios deverá se encontrar hoje para aprovar dois projetos de Lei para dividir o poder entre o presidente Mwai Kibaki e o líder da oposição Raila Odinga. O líder oposicionista deverá se tornar primeiro-ministro.

Na semana passada, políticos de todo o Quênia endossaram o acordo para a divisão de poder – o que indica que os parlamentares aprovarão os projetos com rapidez e sem muitas objeções. A violência no Quênia, que quase levou o país a uma guerra de limpeza étnica no início deste ano, reflete as disputas que permanecem enraizadas no país, relativas a terras – questões que ficaram descobertas logo após as eleições presidenciais de dezembro. Tanto Kibaki quanto Odinga proclamaram vitória após as eleições de 27 de dezembro. A oposição acusou o governo de fraudar as eleições e se seguiram semanas de confrontos étnicos, massacres, linchamentos e depredações. Mais de mil pessoas foram mortas.

Com a mediação internacional, os dois rivais finalmente chegaram a um acordo para dividir o poder, em 28 de fevereiro. Uma vez que os projetos de lei para dividir o poder tornem-se lei, o governo terá difíceis missões pela frente, entre as quais estão ajudar meio milhão de pessoas a retornar aos seus lares. As pessoas foram expulsas ou fugiram durante as semanas de violência desenfreada. Na região do Monte Elgon, pelo menos 800 pessoas foram mortas e dezenas de milhares expulsas desde 2006, informa o Centro para os Direitos Humanos e a Democracia do Vale do Rift.

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