Psiquiatras discutem terroristas suicidas

Cerca de três mil psiquiatras de todo o mundo se reuniram em Roma, no IX Congresso da Sociedade Italiana de Psicopatologia (Sopsi), para discutir principalmente o fenômeno dos terroristas suicidas. Nos cinco dias do encontro, os analistas apresentaram cerca de 800 estudos e debateram vários temas, como a eutanásia e a violência, mas o assunto que despertou mais interesse foi a questão dos homens-bomba.

“Traçar o perfil do terrorista suicida é muito complexo”, explicou Paolo Pancheri, presidente da Sociedade Italiana de Psicopatologia. “Mas algumas características são evidentes: em primeiro lugar, são quase sempre pessoas muito jovens; em segundo lugar, ele nunca atua por iniciativa própria, é sempre dentro de um grupo. Há um forte efeito de indução por parte do grupo”.

Pancheri opinou que, em alguns casos, há um aspecto “psicopatológico” no comportamento dos terroristas suicidas. “Trata-se às vezes de pessoas de algum modo predispostas ou com distúrbios psicopatológicos mais ou menos latentes, que, submetidos à forte influência do grupo de referência, acabam perdendo o controle e aceitando inclusive ações extremas”.

Outro tema fundamental abordado pelos terapeutas é o papel crucial e crescente da psiquiatria na medicina. Segundo o presidente da Sopsi, “30% das pessoas que recorrem a um médico de família sofrem de algum problema de natureza psiquiátrica”.

Pancheri advertiu que esse fenômeno tem um “impacto social enorme e, além disso, está se tornando mais freqüente”. Os terapeutas lamentam porém que a psiquiatria muitas vezes não é levada em conta. “A prova disso é que ainda hoje as enfermidades psiquiátricas com freqüência não são curadas e em vários casos, nem mesmo diagnosticadas”, afirmou. (ANSA).

 

 

 

 

 

GB: ESCOLAS PODERÃO FAZER TESTES ANTIDROGAS

Por Tony Highgate

 

(ANSA) ? LONDRES ? As escolas britânicas serão autorizadas a fazer exames de sangue periódicos nos alunos, com o propósito de combater o uso de drogas entre os estudantes, anunciou o primeiro-ministro Tony Blair numa entrevista ao tablóide “News of the World”.

Blair indicou que os diretores das escolas receberão nos próximos dias as orientações para que possam fazer esse tipo de exames e “tentem erradicar o consumo de drogas nas salas de aula”.

Segundo o primeiro-ministro, se os responsáveis acreditarem que há um problema na escola, “devem ter a possibilidade de fazer exames periódicos contra drogas”. A polêmica medida será apresentada ainda este mês à Câmara dos Comuns pelo ministro da Educação, Charles Clarke.

O novo plano permitirá que os diretores das escolas decidam se devem submeter os alunos a tratamentos contra as drogas, excluí-los das salas de aula ou comunicar os casos diretamente à polícia local.

As propostas foram porém duramente condenadas pelo Partido Liberal Democrático e organizações de direitos humanos e civis britânicas, que as qualificaram de “medievais e retrógradas”.

Phil Willis, porta-voz dos liberal-democratas para a educação, declarou à BBC que “as medidas de Blair contra as drogas nas escolas são absurdas”, enquanto Barry Hughill, do grupo de direitos civis “Liberty”, manifestou que “é impensável que os diretores tenham o poder de fazer exames de drogas nos alunos, isso é indigno para um jovem”.

O “News of the World” publicou também uma pesquisa entre mil britânicos, mostrando que 82% dos pais e 66% dos estudantes apóiam o plano de exames antidrogas nas escolas. Dos pais consultados, 96% afirmaram que gostariam de saber através das escolas se seus filhos são dependentes de drogas e se podem ser tratados. (ANSA).

 

 

 

EUA: CIA ALERTA SOBRE SITUAÇÃO DA AMÉRICA LATINA

Por Marcelo Raymond

(ANSA) ? WASHINGTON ? A Agência Central de Inteligência (CIA) considera “muito inquietante” a situação na América Latina, advertindo que os países da região “são incapazes de acompanhar o ritmo da globalização”. As afirmações foram feitas pelo próprio diretor da CIA, George Tenet, perante a comissão de Inteligência do Senado americano.

Segundo Tenet, “embora a situação na América Latina não seja horrível, exceto no caso da Colômbia, ainda assim é muito inquietante”. “Muitos países latino-americanos são incapazes de acompanhar o ritmo da globalização”, disse Tenet aos senadores, ao falar sobre as ameaças à segurança dos EUA.

Para o chefe do principal órgão de inteligência dos Estados Unidos, na América Latina “há uma disparidade crescente, como em todas as partes, entre os mais ricos e os mais pobres”.

Apesar da advertência sobre a Colômbia, Tenet elogiou o governo desse país, declarando que o presidente Alvaro Uribe “está avançando a grandes passos”, tanto na frente econômica como no combate aos grupos extremistas.

“As Forças Armadas colombianas estão fazendo grandes progressos contra as organizações armadas ilegais, particularmente em torno de Bogotá”, afirmou o diretor da CIA.

Tenet disse porém que “muito do trabalho mais duro” a ser enfrentado por Uribe “ainda está pela frente”, observando que “o nível seguinte” da luta travada pelo governo colombiano contra guerrilheiros e paramilitares é “assegurar os avanços obtidos até agora”.

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