Província paquistanesa exige renúncia de Musharraf

A Assembléia Legislativa de Punjab, a mais poderosa província do Paquistão, declarou hoje o presidente do país, Pervez Musharraf, incapacitado para o cargo e exigiu que ele renuncie. A moção foi aprovada nesta segunda-feira (11) por 321 votos a favor e 25 contra. A medida não tem força de lei, mas aumenta a pressão política em um momento no qual o governo mobiliza-se para tentar o impeachment do presidente.

Os deputados estaduais gritaram “Fora, Musharraf!” durante minutos depois da confirmação do resultado em Lahore, a capital de Punjab.

Musharraf tomou o poder por meio de um golpe palaciano em 1999. Depois de oito anos governando com mão de ferro, ele foi colocado de escanteio a partir de fevereiro, quando a oposição a ele formou um novo governo.

Nesta segunda, porém, Musharraf não dava indícios de que pretenda renunciar. O general aposentado Rashid Qureshi, porta-voz do chefe de Estado, disse que ele não tem essa intenção. Enquanto isso, a coalizão de governo prepara-se para iniciar o processo de impeachment de Musharraf, um dos mais importantes aliados dos Estados Unidos na região.

Para dar início ao processo de impeachment, a coalizão precisa dos votos de 50% dos parlamentares – algo que pode demorar até duas semanas. Em seguida, o grupo precisa obter dois terços dos votos em uma sessão conjunta do Senado e da Assembléia Nacional para destituir o presidente.

Musharraf é o centro de uma crise política desde o ano passado, depois de sua contestada reeleição. A aliança política liderada pelo partido da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada durante comício para as eleições parlamentares, anunciou na última quinta-feira que pediria a destituição do presidente por ele ter mergulhado o Paquistão em uma crise política e econômica sem precedentes em seus quase nove anos no poder.