Protestos contra linha de energia fecham Cabul

Milhares de pessoas protestaram contra o plano de uma linha de transmissão de energia elétrica na capital do Afeganistão, Cabul. Os manifestantes temem que o projeto vá privar uma província central de uma enorme fonte de eletricidade e investimento.

Segundo o projeto, uma linha de transmissão de 500 quilovolts ligando o Turcomenistão, o Usbequistão, o Tajiquistão, o Afeganistão e o Paquistão iria ignorar a cidade de Bamiyan, que é habitada, majoritariamente, pelo grupo étnico hazaras.

A cidade estava inclusa na proposta inicial do governo afegão, mas um plano revisado e aprovado recentemente pelo gabinete do presidente Ashraf Ghani mudou a rota. A alegação foi a de que o novo percurso economizaria tempo e dinheiro, além de não afetar o atual fornecimento de energia de Bamiyan.

Para os manifestantes, em sua maioria hazaras, a nova proposta é um reflexo do preconceito étnico do presidente, que faz parte de outro grupo, os Pashtun.

A segurança foi reforçada em torno dos manifestantes, mostrando uma enorme inquietação acerca do governo de menos de dois anos. A polícia fechou o centro da capital e montou guarda nas colinas que cercam Cabul. Estradas também foram bloqueadas para evitar que veículos peguem rotas alternativas para chegar ao palácio presidencial.

Além de ser uma minoria étnica, os hazaras são predominantemente xiitas e, por isso, são alvos de discriminação e repressão há muito tempo, principalmente da parte do Taleban, composto por sunitas pashtuns. Fonte: Dow Jones Newswires

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