Protestos contra Índia deixam sete mortos na Caxemira

Tropas do governo indiano atiraram hoje contra uma multidão de manifestantes contrários à Índia na Caxemira, matando pelo menos sete pessoas, informou a polícia local. Mais de 60 manifestantes e quase 70 policiais e militares ficaram feridos nos distúrbios, num dos piores dias de violência entre os manifestantes e forças de segurança nos últimos dois meses.

O Estado da Caxemira é o único da Índia onde a maioria da população é muçulmana. Os habitantes da Caxemira são contrários ao governo indiano. O principal funcionário do governo local, Omar Abdullah, teve uma reunião hoje em Nova Délhi com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, para discutir como a crise, que já custou 40 vidas nas últimas sete semanas, pode ser encerrada.

“É preciso acabar com esse ciclo de violência, alguma aparência de normalidade precisa ser a precursora para qualquer iniciativa política”, disse Abdullah. A atual onda de violência na região do Himalaia – dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada integralmente pelos dois – é remanescente do final dos anos 1980, quando insurgentes locais se levantaram em armas contra Nova Délhi, um conflito que deixou 68 mil mortos, a maioria civis.

Hoje, milhares de pessoas saíram em protesto contra o governo indiano em Srinagar e em outras cidades. Duas pessoas foram mortas a tiros pela polícia, que tentavam desbloquear uma rodovia em Sangam, um vilarejo ao sul de Srinagar. Forças do governo também atiraram contra manifestantes em Kakpora, uma cidade no sul da Caxemira.

Outros manifestantes foram mortos nas cidades e vilas de Chawalgam, Kralpora e Kulgam, segundo informações da polícia. Em Srinagar, um menino foi morto em um choque entre manifestantes e tropas paramilitares. Moradores afirmam que a criança foi espancada até a morte pelos paramilitares. A polícia afirmou que investiga a causa da morte.

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