Prodi defende que compradores da Alitalia sejam do setor aéreo

O premier italiano em funções Romano Prodi, que renunciou recentemente ao cargo após problemas de governabilidade, declarou nesta segunda-feira (24) que sua gestão "sempre esteve aberta a um consórcio italiano" para a compra da companhia aérea estatal Alitalia, mas que a melhor administração viria, provavelmente, de quem já atua no setor.

Em processo de venda, principalmente por causa da crise interna de finanças e da falta de lucros, a Alitalia teve, até agora, um único grande pretendente formal: a aliança Air France-KLM (da França e Holanda).

Nas últimas semanas, especulou-se a formação de um grupo italiano capaz de comprar e gerenciar a companhia aérea estatal.

"O problema é que uma proposta deve ser séria, concreta, com recursos e pessoas válidas, com um plano industrial, e até agora não se viu nada disso" afirmou Prodi, em referência à aliança italiana impulsionada pelo líder conservador Silvio Berlusconi (que é contra a venda da Alitalia para grupos estrangeiros).

Prodi também se dirigiu aos funcionários: "É preciso um grande senso de responsabilidade por parte dos sindicatos. É importante pensar no futuro da empresa com muita consciência. (…) Os sindicatos devem compreender que têm um papel de grande responsabilidade diante dos trabalhadores e do país", disse, antecipando o encontro desta terça-feira entre os representantes dos trabalhadores e a cúpula da Air France.

"É preciso ter presente os verdadeiros interesses dos trabalhadores da Alitalia, entender que, no futuro, precisarão trabalhar em uma empresa capaz de funcionar e de produzir".

Para Prodi, é fundamental dispor de recursos executivos necessários para reestruturar a Alitalia e isso se faria presente em uma negociação com "aqueles que já estão no setor, visto que uma companhia aérea tem mais capacidade e mais possibilidades de obter êxito, de gastar menos e de fazer menos sacrifícios de trabalhadores", concluiu Prodi.

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