A polícia federal colombiana informou nesta quinta-feira (13) que descobriu e desmantelou supostos planos dos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para seqüestrar os dois filhos do presidente Alvaro Uribe. "O plano de seqüestro estava em andamento," disse o diretor da polícia federal, general Oscar Naranjo, em coletiva de imprensa no comando policial. Naranjo explicou que, há sete meses, a partir de dados obtidos com fontes que ele não identificou, a polícia monitorava e escutava as conversas telefônicas de três rebeldes das Farc encarcerados em um presídio de segurança máxima em uma província.
Naranjo afirmou que em uma dessas conversas, em 8 de outubro, um dos presos falou com outro rebelde em liberdade. No diálogo carregado de gírias, um dos militantes menciona o "senhor da vila Magdalena" e "seus filhos", aos quais "uns homens" farão uma "volta" (seqüestro) e depois "levá-los para lá", ou seja, colocá-los em um cativeiro. "Magdalena", explicou Naranjo, nesse caso faz referência a um bairro localizado ao lado do Aeroporto de Neiva, cidade capital do estado de Huilla, localizada 240 quilômetros ao sudoeste de Bogotá.
Em 14 de fevereiro de 2004, as autoridades descobriram uma casa repleta de explosivos, próxima à cabeceira do Aeroporto de Neiva. Segundo a polícia, o plano dos rebeldes era detonar a casa quando o avião que transportava o presidente, que tinha uma visita marcada na cidade, tocasse a cabeceira da pista. A polícia recebeu uma informação anônima e cercou a casa, que explodiu e matou 18 pessoas, incluindo três crianças e alguns policiais. Para a polícia federal colombiana, o diálogo divulgado significa que eles pretendiam seqüestrar os dois filhos de Uribe, Tomás e Jerónimo.
Naranjo afirmou que a polícia tem outros dados da conversa entre os dois rebeldes, assim como da possível operação e de onde poderia ocorrer esse seqüestro. Segundo ele, essas informações não serão reveladas porque as investigações estão em curso. Ele afirmou que a segurança dos dois filhos de Uribe foi reforçada.
Segurança
O general afirmou que agora a polícia federal também investiga como foi possível que três detentos, que estavam presos no cárcere de segurança máxima de Cómbita, no departamento de Boyacá, puderam conversar por telefone. Segundo ele, não se sabe o que as Farc iriam querer com o seqüestro dos filhos de Uribe. "Na lógica mafiosa, perversa das Farc, acredito que eles queriam obter uma moeda de troca de alto valor.