Período de gestação em cães e gatos

Quem tem fêmeas de cães e gatos deve estar atento ao momento em que os animais entram no cio, podendo acasalar e engravidar. O nascimento de filhotes geralmente traz muita alegria aos proprietários. Porém, para que não haja problemas nem grandes imprevistos financeiros, tudo deve ser muito bem pensado e planejado.

Nas cadelas, o primeiro cio geralmente acontece a partir do sétimo mês de vida em animais de pequeno porte e de um ano de idade em diante em animais de grande porte. Ele dura 21 dias, com ovulação entre o décimo e o décimo quarto, e se repete a cada cinco ou seis meses. "Os principais sinais são edema vulvar, corrimento sanguinolento, inchaço das mamas e comportamento mais dócil e quieto", comenta o médico veterinário Renato Renzo Romano, que atende na clínica Estimação Veterinária, em Curitiba.

Já as gatas têm o primeiro cio entre o sexto ou sétimo mês de vida. Ele também dura 21 dias, tem sinais menos visíveis do que nas fêmeas de cães e é bem mais freqüente. "Gatas que convivem com outras podem entrar no cio até uma vez por mês. Geralmente quando um animal entra, induz os outros a entrarem também. A isto chamamos cio induzido." Ao contrário das cadelas, as gatas costumam ficar bem mais ariscas nesse período.

Segundo Renato, animais de grande porte podem acasalar já no primeiro cio. Porém, é aconselhável que os donos de animais pequenos esperem até o segundo ou terceiro período fértil, quando já existe maturidade óssea. Na hora da escolha do pai dos filhotes, é indicado optar por um animal do mesmo tamanho da fêmea. Isso evita que os filhotes sejam muito grandes e que possa haver problemas no momento do parto.

O período de gestação dos felinos dura dois meses. Dos caninos, entre 63 e 65 dias. Até o parto, as fêmeas devem ser mantidas em locais protegidos do frio e podem voltar a receber ração de filhotes, mais rica em cálcio e proteínas. É indicado fazer uma ecografia aos 21 dias de gestação. O exame custa entre R$ 60 e R$ 80 e permite observar a posição dos fetos, tamanho e batimentos cardíacos. O número de filhotes só pode ser descoberto através de raio-X. Porém, o mesmo não é indicado devido à exposição dos animais à radiação.

A grande maioria dos bichos tem parto natural e sem necessidade de auxílio dos proprietários. Porém, se após o período determinado de gestação o animalzinho não tiver dilatação e contrações é necessário buscar ajuda de médico veterinário. Nesses casos, pode ser indicada cesariana. A cirurgia dura cerca de uma hora e meia, é feita com anestesia geral e pode variar de R$ 356 a R$ 637, dependendo do tamanho do animal. A recuperação dura, em média, uma semana, quando é feita a retirada dos pontos.

Os cães de pequeno porte geralmente têm entre dois e três filhotes. Os maiores têm uma média de oito, mas o número pode chegar a doze. Já os gatos podem ter entre dois e seis filhotes.

Preservando a saúde dos filhotes

Quem tem filhotes em casa precisa tomar alguns cuidados especiais. Assim que os pequenos nascem, eles devem ser colocados para mamar o colostro, considerado muito importante para o bom desenvolvimento. Cerca de doze horas depois da primeira mamada, devem ser pesados. Posteriormente, o peso deve ser medido a cada 24 horas durante as primeiras semanas de vida.

Segundo o médico veterinário João Alfredo Kleiner, responsável pelo hospital veterinário São Bernardo, na capital, a falha ou diferença de peso entre os filhotes pode ser sinal de doença. Entretanto, um filhote pode ter peso inferior a seus irmãos por não estar conseguindo acessar as mamas da mãe – isso geralmente acontece quando a ninhada é muito grande e há concorrência para mamar – ou quando a mãe não produz leite suficiente para amamentar a todos. Nesse caso, a alimentação deve ser complementada com uma fórmula substituta ao leite materno (ler receita no quadro).

Nos primeiros dias, os recém-nascidos dormem constantemente e devem ser mantidos aquecidos. A ração só deve ser introduzida de duas semanas a 21 dias após o nascimento. Deve ser de boa qualidade, própria a filhotes e, no início, fornecida como papinha, isto é, amolecida em água morna. "Nessa fase, diarréias são normais, pois o intestino do animal ainda está se adaptando à nova alimentação." A ração seca pode ser fornecida aos 35 ou 45 dias de idade. Ela estimula a mastigação, ajudando a manter a saúde dos dentes e da gengiva.

Nos gatos, é muito importante ministrar a vacina quádrupla felina, que protege contra as principais viroses e doenças do sistema respiratório. É necessária uma dose aos 45 dias de vida e outras duas com intervalos de um mês. A vacina anti-rábica pode ser aplicada aos quatro ou seis meses de idade. Nos cães deve ser aplicada a vacina déctupla, que protege contra diversas enfermidades. A primeira dose pode ser ministrada aos 45 dias de vida. Depois, são necessárias outras três doses em intervalos de três semanas.

A vacina chamada "Tosse dos Canis", contra gripe, deve ser utilizada a partir do segundo ou terceiro mês de vida e repetida anualmente. Já a anti-rábica é indicada aos cinco ou seis meses e também deve ser aplicada todos os anos. "Tanto os cães quanto os gatos necessitam de vermífugos. Os filhotes devem receber a primeira dose aos vinte dias de vida sendo que também é indicado fornecer o produto à mãe. As outras doses vão depender da exposição dos animais aos vermes", explica o veterinário.

O primeiro banho dos filhotes de cães deve acontecer depois da terceira dose da vacina déctupla. No mesmo período, os animais podem começar a ser levados para passear na rua. "É nesse momento que os donos começam a ensinar os cães a fazerem suas necessidades fora de casa. O adestramento precisa ser contínuo e sem punições. O melhor é agradar o animal ou dar algum tipo de recompensa quando ele fizer a coisa certa." (CV)

Procura por "parceiros" nos canis da cidade

Achar um "namorado" ou "namorada" para o cãozinho de estimação pode não ser uma tarefa fácil. Os melhores lugares para procurar o pai ou a mãe dos futuros filhotes são os canis de boa criação, que podem ser encontrados na capital. Nesses locais, os proprietários dos animais geralmente cobram pelo acasalamento.

Se os canis não forem a opção desejada, os donos de animais podem procurar pet shops ou clínicas veterinárias. Em muitos desses estabelecimentos, são colocadas fotos de animais cujos proprietários querem filhotes, para daí iniciar uma aproximação entre a fêmea e o macho. Na internet e em classificados de jornais também podem ser encontrados anúncios que contêm informações como raça, tamanho, peso e idade. A recomendação, nesse caso, é de verificar o que foi repassado pelos donos.

Seja qual for a escolha, antes do acasalamento, os animais devem passar por exames físico e clínico completos. A maioria dos filhotes é de responsabilidade dos proprietários da fêmea. Porém, no mínimo um deve ser dado aos donos do macho. (CV)

Métodos usados para evitar a gravidez

Para quem não quer filhotes, ou não possui condições financeiras para manter novos animais de estimação, existem no mercado de produtos veterinários diversos anticoncepcionais injetáveis e em forma de comprimidos.

Porém, todos são derivados de hormônios, o que aumenta os riscos de câncer de mama, infecção de útero e hiperplasia vaginal.

A melhor opção geralmente é a castração. Nas fêmeas é feita a retirada de útero e ovários. A cirurgia – chamada ovarioisterectomia – custa entre R$ 290 e R$ 502 em cães e R$ 220 em felinos e dura cerca de uma hora e meia, com anestesia geral. O período de recuperação é de sete dias.

Nos machos, pode ser feita a orquiectomia (retirada do escroto).

Ela é considerada mais simples que a cirurgia feita nas fêmeas, embora também exija anestesia geral.

O preço varia de R$ 132 a R$ 224 em cães e custa R$ 126 em gatos. Os machos castrados têm maior tendência a engordar, necessitando de controle da quantidade de ração e exercícios físicos. (CV)

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