‘Pequenos’ terão voz em cúpula do Mercosul

O Brasil e a Argentina – os chamados "sócios grandes" do Mercosul – decidiram ouvir as insistentes queixas de Paraguai e Uruguai – "os pequenos" do bloco – sobre as assimetrias comerciais existentes dentro do Cone Sul e tentar encontrar soluções concretas. A decisão de prestar atenção aos protestos de Montevidéu e Assunção ocorreu depois que em 2006 os dois governos flertaram com a possibilidade de fazer um acordo direto com os Estados Unidos, passando por cima do Mercosul. O susto em Brasília e Buenos Aires foi suficiente para que os governos dos países grandes, pela primeira vez, dessem atenção às reivindicações dos pequenos.

Assim, os ministros e presidentes dos países membros terão na agenda de discussões da 33ª Reunião de Cúpula do Mercosul um "Plano para a Superação das Assimetrias". Os empresários paraguaios e uruguaios alegam que o Mercosul ficou muito aquém das promessas iniciais. Segundo eles, o bloco comercial só foi lucrativo para Brasil e Argentina.

Entre as medidas de sedução, segundo fontes diplomáticas, estão as regras de origem. Nesse caso, o Brasil venceu a resistência da Argentina e deve conseguir a aprovação da flexibilização das regras sobre o conteúdo Mercosul dos produtos exportados pelo Uruguai e Paraguai aos dois principais mercados do bloco. O Paraguai terá direito a compor até 60% de seus produtos com itens importados de fora do Mercosul até 2022.

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