Partidos colombianos rebatem críticas de alto comissário

Os principais partidos colombianos, entre eles aliados do governo do presidente Álvaro Uribe, rechaçaram críticas do alto comissário para a Paz, Luis Carlos Restrepo, ao sistema político nacional. Para Restrepo, há um colapso nas siglas colombianas por causa dos escândalos ligando políticos aos paramilitares. O comissário afirmou, em longa entrevista divulgada ontem, que os partidos devem reorganizar-se. Restrepo deu a entender que eles deveriam se dissolver, além de assumir responsabilidade pelos seus membros detidos e investigados desde 2007 por supostos vínculos com os grupos paramilitares. O escândalo é chamado de "parapolítica" no país.

Entre os detidos e investigados – 31 presos e ao menos outros 30 investigados em um Congresso de 268 membros -, a maioria é formada por membros de grupos aliados ao governo Uribe. Mas há também integrantes de siglas tradicionais como o Partido Liberal atualmente na oposição. Para o senador Héctor Eli Rojas, a iniciativa de reorganizar e dissolver partidos é uma idéia do círculo de colaboradores do presidente "para safar-se, distanciar-se dos vínculos que o governo tem com a ‘parapolítica’". Líder da bancada do Partido Liberal no Senado, Rojas refere-se ao fato de Restrepo ser parte deste grupo ligado a Uribe. Vários integrantes desse estreito círculo estão atrás das grades, incluindo Mario Uribe, velho colaborador e primo de segundo grau do presidente.

"Somos os primeiros a reconhecer que existe uma crise nos partidos políticos, mas também fomos os primeiros a propor soluções", afirmou o Partido Conservador, aliado de Uribe, em comunicado divulgado na tarde de ontem. Para a sigla, as declarações de Restrepo têm algo de "aspirações políticas pessoais". Atingido pelo escândalo, o Congresso estuda medidas para castigar o partido e o parlamentar acusado por algum delito. Entre as propostas está uma que deixaria a cadeira de um congressista acusado vazia até as próximas eleições.

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