Para Fidel Castro, guerra na Venezuela provocaria crise econômica

Uma eventual guerra civil na Venezuela iria provocar uma crise econômica global, advertiu nesta sexta-feira (30) o convalescente presidente cubano, Fidel Castro, acusando os Estados Unidos de estarem instigando a violência e o assassinato de Hugo Chávez entre os venezuelanos. Em mais um artigo da série "Reflexões" que tem publicado ocasionalmente no diário oficial Granma, Fidel acusou os EUA de terem armado um complô para desestabilizar a Venezuela.

"O governo irresponsável do império não pára por um minuto para pensar que um magnicídio ou uma guerra civil na Venezuela, por suas enormes reservas de hidrocarbonetos, faria explodir a economia mundial globalizada", disse o líder de 81 anos na coluna intitulada "Um povo sob fogo". "Os meios mais sofisticados desenvolvidos pela tecnologia, utilizados para matar seres humanos e submeter os povos ou exterminá-los; a plantação em massa de reflexos condicionados na mente; o consumismo e todos os recursos disponíveis se empregam hoje contra os venezuelanos", escreveu.

Para Fidel, o atual governo americano está alimentado confrontos entre os venezuelanos. "O império criou condições propícias para a violência e os conflitos internos", opinou. Fidel se encontrou com Chávez dia 21 de novembro em Havana, quando, segundo ele, debateram a possibilidade de um atentado contra a vida do presidente da Venezuela. O cubano disse ser entendido na matéria já que teria sido alvo de centenas de planos contra sua vida nos últimos 50 anos.

Fidel reconheceu a importância da Venezuela para Cuba, principalmente depois que o colapso da União Soviética jogou a ilha comunista numa profunda crise econômica. Segundo Fidel, o comércio entre os dois países saiu de "quase zero" para "mais de US$ 7 bilhões anuais, com grandes benefícios econômicos e sociais para os dois povos". Fidel se afastou do poder em julho de 2006 para se submeter a uma cirurgia no estômago, e entregou o poder a seu irmão mais novo, Raúl.

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