Oposição pede renúncia de premiê no Líbano

Membros da oposição no Líbano voltaram a pedir hoje o afastamento do premiê Najib Mikati, após o ataque com um carro-bomba sexta passada no centro da capital Beirute, que matou o general Wissam al Hassan, o chefe da inteligência libanesa.

“Nós pedimos que esse gabinete saia, porque não fez nada além de arrastar esse país para o caos, em todos os níveis, atingindo os órgãos econômicos”, disse o deputado Khaled Daher, em entrevista para uma rádio.

O gabinete está alinhado com o regime do ditador Bashar Assad, na vizinha Síria, ainda segundo o deputado. O sírio é alauita, uma facção do islã próxima dos xiitas, enquanto os rebeldes que tentam tirá-lo do poder e uma parte dos libaneses são sunitas.

Em Beirute, onde se reuniu com representantes do governo libanês, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, advertiu contra a chance de a retirada do atual premiê provocar um vácuo de poder. “Alguns tratam de desviar a atenção da situação na região, provocando problemas no Líbano”, disse.
O presidente libanês, Michel Suleiman, se reuniu com políticos de todas as facções nos últimos dias, em uma tentativa de manter a estabilidade.

No Líbano, xiitas, sunitas e cristãos vivem sob tensão. O país passou por uma guerra civil de 1975 a 1990 e, em 2005, as tensões voltaram a se acirrar, com o assassinato do premiê Rafik al Hariri, sunita.

O movimento xiita Hizbollah foi acusado de realizar o atentado e é, agora, acusado de apoiar secretamente as tropas oficiais sírias. Bashar Assad é um alauita abertamente ligado ao regime xiita iraniano. Os rebeldes que tentam tirá-lo do poder são de maioria sunita.

O confronto entre tropas oficiais e rebeldes na Síria já matou mais de 30 mil pessoas em 19 meses.

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